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Mário Soares em exposição no Museu do Neo-Realismo

O curador da exposição, é David Santos, diretor científico do Museu do Neo-Realismo apresenta assim o conteúdo desta exposição educativa numa sugestiva brochura que é de distribuição gratuita ao visitante:

“A 23 de outubro de 2008, por ocasião do 1º aniversário do Museu do Neo-Realismo, no edifício desenhado pelo arquiteto Alino Soutinho, Mário Soares deu uma palestra no nosso auditório sobre a importância cultural do movimento, afirmando no final que estivera no Partido Comunista, enquanto frequentara a Faculdade de Letras de Lisboa, entre 1942 e 1949, ter sido militantemente neorrealista e leitor de tudo o que se ia publicando dessa corrente, estando em condições de dizer que conhecera todos os autores e que, de bastantes deles fora amigo íntimo e companheiro de tertúlias.

No centenário do seu nascimento e como homenagem a um dos principais responsáveis políticos pela Instauração da Democracia em Portugal, o Museu do Neo-Realismo apresenta uma exposição documental que procura dar testemunho sobre a relação de Mário Soares com o movimento do neorrealismo, em particular com alguns dos seus protagonistas, a partir de cartas, fotografias e outros apontamentos biográficos que o aproximam de escritores como Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Mário Sacramento ou Orlando da Costa, mas também de artistas plásticos como Júlio Pomar ou Francisco Castro Henriques, que dele fizeram dois inesquecíveis retratos, quando partilharam o cárcere, na Prisão de Caxias, em meados de 1947.

Esta mostra pretende ainda destacar a sua ligação a Vila Franca de Xira (‘Presidência Aberta’ de 1993) e ao Museu do Neo-Realismo, onde participou em diversas iniciativas, desde a palestra do 1º aniversário à exposição realizada em 2010, numa parceria com a Fundação Mário Soares, dedicada à memória, Campo de Concentração do Tarrafal (Cabo Verde), passando ainda pela emocionada evocação do centenário, em 2012, do escritor brasileiro Jorge Amado, amigo de longa data de Mário Soares.”

 


Mário Soares, desenho de Francisco Castro Henriques, 29 de maio de 1947
Capa do catálogo da exposição alusiva à coleção Mário Soares, Museu do Chiado, desenho de Mário Soares, na Prisão de Caxias, 1947

A brochura permite-nos visualizar capas de livros de Mário Soares, obras em que interveio como prefaciador, biografias que lhe dedicaram, um apreciável acervo fotográfico da sua vida política, notícias da imprensa, cartas escritas em livros neorrealistas, discursos presidenciais, etc. É do muito interesse ver e escutar a sua intervenção gravada no colóquio promovido pelo Museu do Neo-Realismo, em 12 de novembro de 2012, na evocação do centenário de Jorge Amado.

Mário Beja Santos

 

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