Hoje, 26 de agosto, assinala-se o Dia Mundial do Cão, e neste dia, destacamos o Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia de Tomar (COR Tomar), situado na Zona Industrial de Tomar, cuja gestão é da responsabilidade do Munícipio de Tomar. O vereador Hélder Henriques dá a conhecer este centro, onde a autarquia tem vindo, há vários anos, a melhorar as condições técnicas (recursos humanos) e físicas do espaço.
“Desde 2020 que o Município de Tomar tem dado prioridade à esterilização de animais errantes, incluindo os felídeos de 116 colónias identificadas no concelho, ao abrigo da campanha CED (Captura Esterilização e Devolução) e também a esterilização de animais pertencentes a famílias carenciadas, comparticipando na totalidade o valor das intervenções cirúrgicas.
O pedido de esterilização gratuita é apresentado e avaliado pelos serviços de Ação Social do município e caso se confirme que o requerente se enquadra na situação de carência económica a esterilização é executada. Por vezes há limitações com a realização destas intervenções visto terem apenas uma médica veterinária, não esquecendo as outras responsabilidades que tem a seu cargo por ser a autoridade sanitária municipal.
Em 2024 foram feitas esterilizações a 183 cães e 434 gatos, onde estão incluídas 9 esterilizações de cães e 11 esterilizações de gatos pertencentes a famílias carenciadas.
Este ano, de janeiro até julho, já foram efetuadas esterilizações a 101 canídeos e 251 felídeos onde se incluem 5 cães e 10 gatos de famílias carenciadas.
Os animais adotados no CRO Tomar são esterilizados antes da sua entrega. Caso tenham idade inferior a seis meses, a adoção só será permitida com a assinatura de documento por parte do adotante declarando, sob compromisso de honra, que assegurará a esterilização do animal antes de atingir os oito meses, obrigando-se a entregar comprovativo desse ato para efeitos de registo e arquivo no processo de identificação do animal. Caso não tenha possibilidades de efetuar a esterilização, o animal deverá regressar ao CRO Tomar para que este ato médico-veterinário seja efetuado.
Verifica-se que todos os meses o número de animais residentes tem vindo a aumentar, motivado pelo abandono por parte dos seus donos ou tutores, pela captura de animais errantes, pela recolha de animais sujeitos a maus tratos ou animais cujas famílias não têm condições para cuidar deles.
Câmaras de vigilância na envolvência e interior do edifício para dissuasão do abandono de animais
Há muitos dias em que os funcionários ao chegarem ao CRO deparam-se com ninhadas de animais à porta, desconhecendo a sua proveniência. Já aconteceu, por diversas vezes, encontrarem canídeos presos ao poste de iluminação que se encontra nas imediações. Para dissuadir estes comportamentos criminosos foram instaladas câmaras de vigilância na envolvência e interior do edifício.
No final do passado mês de julho tinham 263 cães e 265 gatos. Em 2024 tiveram uma média mensal de 212 canídeos e 231 felídeos, não variado muito dos verificados em anos anteriores. Por este motivo, em 2021 começaram a criar mais espaço para o alojamento condigno de cães e gatos e a melhorar os equipamentos e áreas específicas para a realização de trabalhos técnicos, tratamentos e atos médicos. Neste particular e no entendimento dos responsáveis pelo CRO, há que fazer com toda a justiça uma referência elogiosa e manifestar o apreço pelo contributo material e monetária de voluntários que vivem com grande paixão as atividades diárias naquele equipamento.
Os animais residentes do CRO Tomar não estão em clausura pois têm espaços de exercícios, descontração e de diversão, exceção feita àqueles que por razões sanitárias, judiciais ou de adaptação necessitam de estar isolados.
Os serviços do Gabinete Médico-Veterinário do Município de Tomar continuam a apostar nas campanhas de sensibilização para o não abandono, para a esterilização de animais de companhia, para as adoções responsáveis e para o apoio de famílias de acolhimento temporário. Mas inevitavelmente verifica-se o aumento de animais e o reduzido número de adoções.
Comparando com concelhos próximos do nosso, há um que faz campanha de esterilização para munícipes, mas não faz intervenção em colónias de gatos errantes (programa CED), para além de ter dois médicos veterinários. Um outro não tem CRO, faz apoio a munícipes, mas não faz campanha CED. Há outro que não tem CRO, é apoiado pelo Município de Tomar, faz intervenção em CED e dá apoio a munícipes.
Dos casos conhecidos podemos dizer que o apoio aos munícipes consiste na disponibilização de uma verba que varia entre 5.000 e 10.000 euros. Quanto ao procedimento em prática, os interessados vão a uma clínica, pagam a totalidade da cirurgia e mediante a apresentação da documentação necessária á fundamentação do pedido, como comprovativo de morada, registos do animal, fatura da intervenção, entre outros documentos, o município comparticipa uma parte do valor que não exceda o valor fixado pela DGAV para estes atos, o qual se situa nos 72,00 euros.
No final do ano e caso haja abertura de avisos de candidatura a financiamentos por parte do ICNF, entidade a quem compete gerir as verbas do Fundo Ambiental para esta causa, o município pode submeter o montante do apoio efetivamente prestado, embora não seja garantido que o valor despendido seja atribuído na totalidade”.
De acordo com o vereador Hélder Henriques, responsável pelo pelouro, o Município de Tomar não descarta a possibilidade do vir a atribuir um montante para apoio à esterilização de animais de companhia, estabelecendo para isso normas para que o munícipe se possa candidatar.
Manuel Subtil