Faz hoje 113 anos que nasceu o Compositor e Maestro Fernando Lopes-Graça. Nasceu a 17 de Dezembro de 1906, na cidade de Tomar.
Foi nesta cidade que iniciou os seus estudos musicais, ingressou, com a idade de dezassete anos, no Conservatório de Lisboa. Aqui, completou o Curso Superior de Composição, durante o qual teve como mestres Vianna da Motta, Tomás Borba e Luís de Freitas Branco. Durante este período, foi também aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que abandonou em 1931, numa de várias atitudes de protesto político contra o regime ditatorial que vigorava em Portugal, pelas quais veio a ser perseguido e encarcerado por diversas vezes. Partiu em 1937 para Paris, cidade onde permaneceu durante dois anos, aí aprofundando os seus estudos em composição e musicologia. Datam deste período as suas primeiras harmonizações de canções populares portuguesas, que viriam a ter uma influência central e decisiva em toda a sua longa carreira. De facto, Lopes-Graça principiou aqui a sua orientação para uma linha estética de raiz folclorista, que refletia influências de Béla Bártok, Zoltán Kodály ou Manuel de Falla. As obras subsequentes são marcadas pela assimilação e incorporação de material harmónico, melódico e rítmico proveniente do universo da música popular portuguesa – ou da “música rústica” portuguesa, nos termos de Mário Vieira de Carvalho. Ao longo da década que sucedeu o retorno a Portugal, a atividade de Fernando Lopes-Graça foi sendo cada vez mais influenciada pelo seu vínculo político contrário ao regime de Salazar.
Na cidade em que nasceu, Tomar, há a Casa Memória Fernando Lopes Graça (casa onde nasceu), que ao longo dos últimos anos não tem registado qualquer atividade relacionada com o nome do compositor e músico, considerado um dos maiores vultos da música portuguesa do século XX.