Pedro Marques, presidente do CAST, responde sobre a «crise financeira» na instituição

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O dominado “Grupo de sócios”, melhor dizendo, de associados do C.A.S.T., emitiram um Comunicado vazio de ideias e “liderados” por um ex-Diretor e um ex-funcionário, visaram o signatário, no intuito de denegrir a sua imagem, pondo em causa a sua honestidade, o que, como é obvio, repudio e exige uma resposta.

Para quem não conhece a realidade do C.A.S.T., cumpre-me referir que fui Presidente da Assembleia Geral do C.A.S.T. de 2011 a 2013 e por razão inesperadas (algo semelhantes ao que ora ocorre…) assumi, através de ato eleitoral,  a Presidência da Direção, tendo sido acompanhado por associados que comigo se dedicaram enquanto voluntários e de forma abnegada (salvo pontuais exceções) trabalhando afincada e gratuitamente, dirigindo a Instituição com os meios (sempre escassos) mas, com o intuito de propiciar a melhor qualidade de vida aos nossos seniores e às nossas crianças, dotando, para o efeito, os serviços dos necessários, (cumprindo os rácios exigidos) recursos humanos.

A realidade com que me deparei em 2014 e que as sucessivas Direções a que presidi tiveram de enfrentar e resolver, foram consequência da realidade social existente no País.

As contas de 2013 refletiam uma situação positiva, pois o elevado desemprego possibilitava a contratação “barata” através do I.E.F.P., o que se refletia nas contas. Acresce ainda, o fato de se ter constatado o empolamento de receitas derivado da faturação de “comparticipações familiares” muitas delas de pessoas inexistentes, o que levou que 2014 e 2016 tivéssemos anulado mais de 60.000,00€, “dessas supostas dividas”.

Cumpre ainda referir, a quase inexistência de cuidados de saúde no Lar, pois, apenas existia o serviço de enfermagem de 1h30m/por dia e de 2h/por semana do médico, o que, como é obvio, não respeitava minimente as exigências da Instituição. Dai a triste realidade de mais de 30 vagas anuais.

Comparando com a atual realidade que se iniciou em 2014 e cumprindo os rácios que se exigem temos atualmente:

  • Dois enfermeiros a tempo inteiro (35horas/semana) e outros dois a tempo parcial(6horas/semana);
  • – Um médico (10horas/semana);
  • – Uma nutricionista (1 dia/semana);
  • – Um fisioterapeuta (25horas/semana);
  • – Uma psicóloga (8horas/semana).

Tudo isto, tem custos, mas traz qualidade de vida aos nossos utentes e cumprimos a nossa exigente obrigação, contrariamente ao que se passava anteriormente a 2014.

Quanto às Compras (Aprovisionamento), a situação com que me deparei em 2014 era a de “um senhor Diretor” que por si só, poder para comprar o que bem entendia quer no Supermercado Continente, quer onde lhe aprouvesse. Tal situação, que na altura tida como normal constatou–se passado algum tempo que teria de parar, pois, para além de não haver controle de terceiros, os inventários trimestrais que eram efetuados pelos serviços “não batiam certos”. Nas reuniões da Direção nas discussões dos assuntos o consenso era a regra, bem como o bom senso. Mas quando propus a indicação de uma funcionária para encarregada de armazém esse “senhor Diretor” votou contra, porque se tratava de uma mulher!!! Mas, o certo, é que a partir dai os inventários passaram com normalidade a “bater certo” e o Aprovisionamento, ou seja, as compras passaram, na sua a ser efetuada análise das propostas e decidir pela melhor qualidade/preço e os produtos entregues nos nossos armazéns.

Quando me reformei e passei a ter uma presença diária quase permanente no C.A.S.T., passei a aperceber-me de situações, que até aí eram quase sempre tratadas e apresentadas em condições de decidir, pelo atrás referido ex-funcionário. A minha presença e fato de assegurar, desde o início, a análise e decisão dos assuntos começaram a revelar algum mau estar e inquietude do referido ex-funcionário, talvez por deixar de controlar muitas das situações, bem como a decisão das mesmas.

Começaram então, a surgir obstáculos inesperados e uma relação algo difícil, muitas vezes com a colaboração e cumplicidade dele com a então Diretora Técnica, que aliás acabou por ter um processo disciplinar e ser despedida mediante um acordo em tribunal.

E o que motivou tal desiderato?

Quando do Covid, estive todo o mês de janeiro ausente, em casa, devido a estar infetado. Quando regressei, tive conhecimento geral do que se tinha passado e enalteci o esforço enorme de todos os trabalhadores naquele período difícil.

Quando a situação melhorou, efetuei uma reunião com os responsáveis de cada setor e solicitei um relatório a cada um e que fosse entregue à Direção em carta fechada. Na posse de todas as cartas, a Direção reuniu, analisou e constatou que a Senhora Diretora Técnica e o referido “ex-funcionário”, após o Enfermeiro David ter efetuado testes a uma encarregada que tinha sintomas, acusou positivo e por isso teve de ir para casa, foi por eles chamado e dito: “que só poderia fazer testes quando autorizado pela Senhora Diretora pois preferia que trabalhassem”. Com é obvio, esta atitude ia contra a ética do enfermeiro e não era de todo aceitável, pois o risco que se corria era de alguém nesse estado, transmitir o vírus a outros, quer utentes, quer funcionários.

Ambos (Diretora e ex-funcionário) saíram do C.A.S.T., mas o ex-funcionário quando saiu não passou como era sua obrigação a password do seu email que tinha informação importante e que nos causou transtornos assinaláveis, bem como, tratou “de fazer seu” o telemóvel e portátil que utilizava, mas que eram propriedade dos CAST.

Cumpre referir, que após a saída do ex-funcionário tivemos conhecimento de uma participação por desconhecidos que originou, em 2021, por parte da Segurança Social, uma fiscalização exaustiva e que conclui pela inexistência de qualquer irregularidade.

De referir ainda, o investimento nos painéis solares, já pago, e que diminui em um terço os nossos custos energéticos e melhorou a eficiência energética. Salientar o investimento PRR que levou ao aumento da capacidade da Creche. Referir ainda, aprovação (PRR) de um projeto de 2019, “Unidade de Dia de Promoção de Autonomia”, que está em período de contratação e que será uma realidade até final de 2025.

 Cumpre também, deixar nota de que as nossas Contas desde de 2018 são auditadas por um Revisor Oficial de Contas.

Com a implementação do salário mínimo e bem, o que acarreta dificuldades financeiras tendo em conta quase 70% das despesas que são com pessoal, as tabelas salariais tem sido atualizada em montante superior às comparticipações financeiras da Segurança Social.

Neste momento a Creche está a funcionar desde 1 de setembro de 2023, com capacidade superior, mas como a Segurança Social ainda não definiu oficialmente a capacidade, continuamos a receber, somente, comparticipação de 33 crianças o que atualmente representa um défice tesouraria superior de 100.000,00€.

Quanto ao pré-escolar que, em campanha eleitoral todos defendiam a sua gratuitidade, mantém-se como sempre deficitário, tendo em conta a capacidade financeira das famílias, pois a média por criança não chega aos 90€/mês. Mas se a gratuitidade fosse de montante iguais ao da Creche teríamos mais 200€/mês por criança, incluindo os 180€/mês da Segurança Social e Educação. Com estas situações resolvidas e uma justa atualização das comparticipações as dificuldades financeiras estariam ultrapassadas, pois tudo o demais, ou seja, a prestação dos serviços aos nossos utentes é de qualidade.

Não tenho dúvidas que os demais subscritores, (membros anteriores dos Órgãos Sociais do C.A.S.T.) não se reveem neste tipo de procedimentos e atitudes, quer do ex-Diretor, quer do ex-funcionário, pois, estou certo, que querem o melhor para o C.A.S.T.

Tomar, 20 de novembro de 2024

Pedro Marques

 

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