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O 89.º Aniversário do jornal “Avante!” em Tomar

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A Concelhia do PCP de Tomar vai realizar no próximo sábado, dia 15 de fevereiro de 2020, pelas 20h30, no Restaurante “Quinta da Gracinda”, em Valdonas o jantar comemorativo dos 89 anos do aniversário do jornal «Avante!».

O jantar contará com a presença do membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, Armindo Miranda.

 

Notas soltas sobre a história do jornal «Avante!»

O jornal «Avante!» é um órgão oficial do Partido Comunista Português. Começou a ser publicado na clandestinidade em 15 de fevereiro de 1931, com saída irregular, sedo que a partir de 1941 começou a ser editado com mais regularidade, pelo menos uma vez por mês. Em 17 de maio de 1974 foi publicado o primeiro número fora da clandestinidade, tendo passado a ser semanário desde essa data.

 (…)

Os construtores do Avante!  – Vidas consagradas à luta

«A história do Avante! é a história de numerosos comunistas que, ao longo dos anos, entregaram toda a sua vida à causa da classe operária, de homens e mulheres que passaram dezenas de anos na clandestinidade, de muitos outros que, por imprimirem, distribuírem ou lerem o Avante! foram presos, torturados e condenados», afirmou em 1974 Álvaro Cunhal.

O funcionamento do aparelho de imprensa do Partido só foi possível graças à dedicação sem limites, à coragem, à abnegação, à firmeza revolucionária e ao esforço de milhares de militantes comunistas.

Muitos nunca tinham visto um prelo ou uma caixa de tipo mas fizeram-se tipógrafos. Alguns, nem ler sabiam, mas escreveram e imprimiram as notícias que a censura tentava esconder.

No seu relatório ao VI Congresso do Partido, afirmou Joaquim Gomes: «Quem pode imaginar quantas dificuldades é necessário vencer para montar, alimentar e manter uma tipografia nas condições de clandestinidade a que somos forçados? Quem pode imaginar quantos olhos e nervos têm sido gastos, em dias e noites seguidas, a juntar letras que nem sempre a escola ensinou a conhecer? Quem pode imaginar que, junto às caixas do “tipo”, têm crescido crianças e jovens que quase nunca brincaram com outras crianças e jovens, que da vida pouco mais conhecem que juntar letras e levar aos encontros, a horas certas o Avante! ou O Militante? E tudo isto não está nas páginas do Avante! ou nas linhas impressas, mas nas linhas que se não lêem e dificilmente se podem imaginar.»

Foram muitas as vidas vividas e acabadas na luta antifascista e profundamente ligadas à imprensa clandestina. José Moreira, Maria Machado, Joaquim Rafael e José Dias Coelho são apenas alguns, que fazem parte do património histórico do Avante!.

«Avante!» clandestino publicado em 1961

José Moreira

24 de Janeiro de 1950. O corpo de José Moreira, horrivelmente esfacelado, deu entrada na morgue com a indicação de que caíra numa janela. Mas a verdade era outra. José Moreira, operário vidreiro da Marinha Grande e funcionário do PCP desde 1945, tinha sido preso no dia 22. A PIDE sabia que ele era o responsável pela ligação à tipografia do Avante! e interrogou-o brutalmente para que ele a entregasse. O comunista recusou-se a falar e foi espancado até à morte e atirado da janela da sala de interrogatórios.

Maria Machado

Professora primária e funcionária clandestina entre 1942 e 1945, Maria Machado trabalhava numa tipografia na povoação de Barqueiro, em Alvaiázere, quando a PIDE a assaltou. Tendo ficado para trás para permitir a fuga aos restantes tipógrafos, foi presa e torturada, e não prestou quaisquer declarações. Enquanto era arrastada pelos agentes da PIDE, gritou: «Se a liberdade de imprensa não fosse uma farsa, esta tipografia não precisava de ser clandestina. Isto aqui é a tipografia do jornal clandestino Avante!. O Avante! defende os interesses do povo trabalhador de Portugal.»

Joaquim Rafael

Uma vida de inteira abnegação dedicada à imprensa clandestina do Partido. Entre 1943 e 1945, Joaquim Rafael esteve ligado à distribuição do Avante!, passando depois para as tipografias. Nos vinte e cinco anos que se seguiram, tornou-se num dos melhores tipógrafos clandestino e um mestre para novos camaradas que entravam para as tipografias. Referência maior na história da imprensa clandestina, morreu em 1974, com a saúde completamente arrasada.

José Dias Coelho

Escultor, funcionário do PCP, foi assassinado a tiro pela PIDE em 1961, quando se dirigia para um encontro clandestino. Pondo os seus dotes de artista plástico ao serviço da sua causa e do seu Partido, deu um contributo decisivo para a melhoria do aspecto gráfico de vários órgãos de imprensa clandestina, nomeadamente do Avante!. Das suas mãos saíram muitas das famosas gravuras – de linóleo ou de madeira – que podemos encontrar em numerosos exemplares do Avante! clandestino.

Excerto de artigo publicado no Avante nº 1681

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