A Arquidiocese de Évora revelou que abriu uma investigação e afastou um padre da paróquia de Samora Correia, no concelho de Benavente (Santarém), acusado de esconder alegados abusos sexuais a dois menores cometidos por um “colaborador leigo”.
Afirmando deplorar “esses factos gravíssimos” e expressando “aos menores, às famílias e às comunidades” a sua “dor profunda”, a arquidiocese indicou que “os factos estão já a ser objeto de apreciação judicial, que permitirá conhecer a totalidade do que aconteceu”.
“A Arquidiocese colaborará com as autoridades civis em tudo o que for conveniente e respeitará as decisões da Justiça”, tendo já tomado “medidas para proteger a paróquia de qualquer ameaça aos menores”.
Foi aberta “uma averiguação interna ao sucedido para procurar que uma situação semelhante não se repita” e, nesse âmbito, “por motivos cautelares”, o padre acusado de esconder os alegados abusos sexuais foi afastado preventivamente de todas as suas tarefas pastorais, “até à conclusão dos procedimentos canónicos”, destacou.
O Porto Canal revelou, nesta segunda-feira, que “o padre Heliodoro Nunes, de 50 anos, ao serviço da paróquia de Samora Correia”, que pertence à Arquidiocese de Évora, “está acusado de ter escondido alegados abusos sexuais cometidos dentro da igreja, a duas meninas, pelo chefe dos acólitos que também ajudava na catequese”.
“O padre arrisca a uma pena de prisão até oito anos e vai responder por um crime de abuso sexual de crianças por omissão, já que a procuradora afirma que tinha obrigação de zelar pela segurança e bem-estar das crianças nas atividades da paróquia”, pode ler-se na notícia.
O Correio da Manhã também noticiou hoje este assunto, referindo que o padre “mantém-se à frente da igreja naquela paróquia” e que “soube de um caso de abuso sexual a uma menor há dois anos e não o reportou à hierarquia”.
No seu comunicado, a Arquidiocese de Évora, além de dar conta do afastamento preventivo do padre e da investigação interna, disse que, quando soube do caso, a Comissão Diocesana para Proteção de Menores “foi de imediato notificada para se encontrar com os pais” e ofereceu-se “para ajudar em tudo” o que fosse necessário.
“O pároco, que foi em ambos os casos imediatamente alertado por familiares de uma das vítimas, limitou as tarefas do suspeito, mas sem êxito, tornando, infelizmente, possível a reincidência”, disse.
Segundo o Porto Canal, as duas vítimas “já foram ouvidas para memória futura” e o alegado pedófilo “está em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, há cinco meses”.
Lusa