Site icon Jornal O Templário

50 anos depois, alunos reencontram professora

Margarida Marques nunca esqueceu a sua professora primária, que lecionou em 1974/75 em Vale de Figueira.

Teresa Miliciano com 22 anos – professora do ensino primário

Era o primeiro ano que a professora Teresa Miliciano exercia a sua profissão, naquele tempo conhecido como ensino primário, hoje 1.º ciclo do ensino básico.

A turma de 1974/1975 e a professora. Escola de Vale de Figueira – Santarém

Teresa Miliciano tinha sido colocada em Vale de Figueira, localidade próxima de Santarém e foi ali, que alguns alunos dizem, que os marcou para a vida.

A jovem, professora acreditava que era possível exercer um ensino diferente do da época, onde não havia espaço à reguada ou a outro tipo de castigo para aqueles que tinham mais dificuldade de aprender. Todos são capazes, a forma de chegar a cada um é que pode ser diferente. É isto que os alunos recordam 50 anos depois. Afirmam: “Era uma professora muito avançada para a época”.

Depois de Margarida Marques, a organizadora do encontro, ter conseguido entrar em contacto com um familiar nas redes sociais (que também serve para encontrar pessoas), pediu que se reencontrassem num dia a combinar.

Aconteceu hoje, 23 de março, domingo em Almeirim, cidade onde a organizadora explora um café. Lá estavam alguns alunos da antiga professora, um deles garantiu, mesmo que tivesse de fazer muitos quilómetros não podia faltar.

A antiga professora ladeada pelos seus alunos António Graça e Carlos Gomes

Margarida Marques emocionada repetiu várias vezes, a professora para mim foi uma mãe. “Às vezes tinha fome, ela ia almoçar e dava-me de comer. Para mim será sempre inesquecível”.

Oferta de um bolo com a foto da professora

Durante o almoço que Margarida Marques fez questão de oferecer, contaram-se histórias, António Graça, outro antigo aluno presente contou que a professora lhe despertou o gosto pelo teatro. Era sempre ele que lia os textos e interpretava as histórias. Uma delas falava de uma semente que estava debaixo da terra, ele meteu-se debaixo da secretária e quando o texto chegou à fase do nascimento da semente, ele surge debaixo da secretária como se tivesse acabado de nascer. Momento que a professora elogiou, a partir daí começou a gostar de representar.

Outro dos alunos, Carlos Gomes, referiu várias vezes, “foi uma professora que nunca nos bateu, e todos os alunos gostavam dela, mesmo os que não eram seus alunos”. Todos a recordam com muita saudade.

Após vários anos, a professora deixou a componente letiva por motivos de saúde. Mas ainda hoje fala dos seus alunos, como se há 50 anos, tivesse sido ontem.

Hoje tenho a certeza que a nossa primeira professora nos marca para toda a vida toda.

Um profundo “obrigada” reinava nos rostos dos alunos e da professora, sentimento que marcou este primeiro dia de outros que se hão-de repetir.

IM

 

Exit mobile version