Durante décadas a zona do Flecheiro e em especial as margens do rio Nabão foram esquecidas.
Existia planos, estudos e ideias, mas como sempre entre guerras políticas para ver quem ganha mais votos, são os Tomarenses que ficam também eles esquecidos. Quando finalmente mereceu atenção, o projeto do que vemos hoje aplicado, ignora uma verdade simples e conhecida – trata-se de uma zona de cheias recorrentes, um Parque que foi inaugurado a 13/07/2024, com um custo de 2.8 Milhões de Euros, mas infelizmente representa um Parque de erros, representa um padrão que se repete nas obras públicas da Câmara Municipal de Tomar.
Após uma primeira visita no final do mês de maio e ao ver o estado atual do Parque é de ficar perplexo. Para além de ser um espaço abandonado, sem manutenção, sem limpeza, sem iluminação publica, zonas de passeio cobertas de lama seca, zona de plantas moribundas, caixotes do lixo vandalizados, lajetas fora do sítio, peças de revestimento descoladas e caídas, fissuras no cimento dos passeios e fuga de água nos bebedouros. Mas calma, nas palavras do Sr. Presidente da CMT, «A obra projetada para o Flecheiro está a cumprir o seu objetivo, ou seja, evitar danos eventualmente provocados pelo Nabão em áreas habitacionais.” – E os danos provocados no espaço do parque e dos equipamentos públicos que custaram 2.8 milhões de euros aos contribuintes? Também foram evitados?
entre 150% a 250% superiores aos inicialmente previstos num período de 5 a 10 anos. Fica umas questões… será que vai ser o PS de Tomar a entrar com dinheiro próprio para a manutenção? De quem é a responsabilidade técnica e por isso quem vai colmatar os custos elevados de manutenção?
Espero que este meu contributo seja entendido como uma crítica construtiva, porque a procura de melhores soluções é uma das virtudes da democracia. E infelizmente a democracia em Tomar parece estar estagnada.
O Flecheiro é uma das zonas da cidade que tem tudo para se transformar numa das mais dinâmicas zonas das margens do rio Nabão, não pode continuar a ser esquecida, numa margem de tanto erro. O rio Nabão e as suas águas merecem melhor. Os Tomarenses merecem saber onde, como e porquê se vai investir em determinados projetos, quais os fundos, quais os dinheiros a autarquia está a gastar – Especialmente quando nesta cidade e na vida do dia a dia de tantos Tomarenses falta para o essencial.
Tiago José Serrano
VOLT Portugal