Ontem, dia 12 de outubro, foi o dia D do poder local, em todo o país, em que as populações escolheram os governos das suas comarcas, sendo este poder aquele que mais perto está dos cidadãos.
Em Tomar venceu a AD – Coligação do PSD/CDS por uma margem de 561 votos. O grande derrotado da noite foi o PS. E porquê o grande derrotado? Julgo que as equipas que representaram o PS, nestas eleições, convenceram-se que bastavam duas coisas, uma era apresentar obra. Por exemplo a requalificação da Avenida Nuno Alvares Pereira não correspondeu à expectativa da maioria dos tomarenses e a obra do Flecheiro, que o PS considerava a obra do “regime”, bem ou mal, está feita, com ou sem erros, e muito haverá ainda para melhorar naquele espaço verde da cidade. O PS julgou também que apostando numa animação permanente com espetáculos e muita popularidade bastaria para se manter no poder.
Foi descurando ao longo dos anos, os avisos de quem se queixava de uma cidade pouco limpa, dos jardins e passeios mal cuidados, e ainda as queixas constantes de pequenos empresários em obter licenciamentos, dada a morosidade da análise dos processos. Para além destas obras atrás referenciadas, o concelho nestes 12 anos não contou com algum investimento que marcasse a diferença. A sua dinâmica empresarial é das mais pequenas da região. Basta ver os milhões dos fundos comunitários aprovados pelo Programa Centro para perceber a diferença abismal entre Tomar e alguns concelhos vizinhos.
Por outro lado, a coligação partidária que venceu as eleições fez uma campanha exemplar, bem planeada. Sempre que apresentava alguém da sua equipa, apresentava o seu currículo. Nunca vi qualquer comentário detrator às listas adversárias. Insultos, achincalhamentos que foram constantes nas redes sociais por alguns apoiantes e simpatizantes do PS. A AD – Coligação PSD/CDS nunca respondeu, manteve-se sempre com elevação. E isto também fez diferença e provocou moça. Porque ainda há muita gente de bem que navega nas redes sociais e abomina este tipo de intervenção pública.
Quanto aos vencedores, apenas uma palavra, o poder é efémero, nunca é para sempre. E a pior atitude que se pode ter é julgarmo-nos mais capazes ou melhor que os outros. Os outros nunca devem ser subestimados por mais fracos que sejam.
Quanto aos vencedores da noite, apenas uma nota, não se esqueçam que daqui a quatro anos os tomarenses cá estarão para os julgar.
Votos de um bom mandato, a bem de Tomar!
Isabel Miliciano