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Porque gosto do Ribatejo…

Porque gosto do Ribatejo

Ribatejo, para muitos é sinónimo de touros, campinos, searas de melão, campos de tomate e um forte espírito bairrista de gente talhada à beira de um rio.

 

Apesar da região do Ribatejo abranger uma área geográfica que vai desde Vila Franca de Xira até Ponte Sor, os concelhos que melhor conheço são aqueles que poderemos considerar o coração do Ribatejo (Santarém, Alpiarça, Chamusca, Golegã e Almeirim).

Desde já assumo, que apesar de gostar do Ribatejo, não me identifico com a tauromaquia, pelo sofrimento causado, de forma gratuita, a um animal. Poderá parecer à primeira vista paradoxal, já que ser ribatejano é ter subjacente na sua cultura o touro e os campinos.

Mas para mim o Ribatejo é muito mais, está muito para além desse «culto» popular dos touros. É sentir a grandeza de um rio (Tejo) que rasga o seu território, que deu vida às aldeias dos avieiros, que «alimenta» milhares de hectares de culturas, onde se ouvem nos seus braços pela terra adentro o coaxar das rãs, e os grilos nas noites quentes. É perdemo-nos no voo das cegonhas, que tão sabiamente constroem os seus ninhos, é ver as terras de aluvião nas margens inundadas de esperança a anunciar um ano de boas colheitas.

Gosto do Ribatejo, do seu povo, com o tom de pele queimado pelo sol, de olhos brilhantes e inocentes, sempre com a esperança no horizonte, das searas de melão, dos campos de tomate, e do milho verde em cada ciclo de vida.

Gosto do Ribatejo, dos campinos, da sua arte de dançar o fandango, dos trajes que lhe dão cor. Dos cavalos que pastoreiam nos campos e sabem de cor a linguagem de quem os dirige.

Gosto das suas igrejas e lendas, da charneca a tocar outras paragens perdidas, da sua história, de reis e de promessas de terras conquistadas.

Como dizia a poetisa, quando passo pelos campos do Ribatejo, sinto alma, sangue e vida  em mim.

Isabel Miliciano

Árvore com ninhos de cegonha, numa estrada do Ribatejo.  “O futuro mora aqui…”
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