Numa breve viagem pelo centro histórico de Tomar, constatámos que há fios elétricos e de telefone a mais nas fachadas de muitos prédios. Esta situação já não de agora, pois há anos que permanecem ali muitos destes fios que vimos. Fica-se com a sensação que após as devidas ligações elétricas e outras, foi utilizado fio a mais, e a parte sobrante fica enrolada, pendurada nas fachadas. Não sei se é desleixo ou conveniência do proprietário dos prédios ou dos técnicos que montam estas redes. Na verdade, esta «sementeira» de fios dá uma péssima imagem dos edifícios. Já não basta o tempo que vai passando pelos mesmos e que provoca alguma erosão nas paredes, carregam-nos ainda com um amontoado de fios.
Uma cidade que se pretende turística, com um centro histórico singular e único, não devia ter tal aspecto. É desrespeitoso para com o património, deixarem fios pendurados junto às placas toponímicas das ruas como acontece em várias artérias do centro histórico. A beleza da azulejaria e o seu simbolismo histórico fica ofuscado com tamanha insensibilidade.
Há cerca de 2 anos, alertei para a existência de uns fios junto ao azuleijo toponímico da Rua dos Arcos. Continua na mesma, não se tiraram os fios, mas conseguiu-se colocar uma placa alusiva à rua que é ornamentada no âmbito da Festa dos Tabuleiros.
O objetivo desta crónica não é apontar o dedo, ou crítica indelével, provavelmente não será fácil resolver o problema, que mais parece de ordem técnica. Mas acredito que haverá soluções para evitar esta exposição de fios, em que nalguns sítios chegam a ser às cores. A solução passa naturalmente por uma sensibilização e apoio aos proprietários para que estas situações sejam definitivamente resolvidas. A cidade ficava a ganhar!
As imagens que se seguem são uma pequena amostra do que existe por aí.
Isabel Miliciano
