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Tomar: O presente não é bonito*

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(…) Há precisamente um ano, neste mesmo espaço, centrei a minha intervenção em O Tomar Futuro e na necessidade de criarmos no nosso concelho condições que possibilitem respeitar as Pessoas e o Ambiente e acabar com a Pobreza e as Desigualdades.

Hoje, condicionado por um ano de guerra na Europa, por uma grave crise económica e por uma situação profissional que me obriga a vir para a rua a lutar, vou ser pragmático e vou abordar O Tomar Presente, utilizando para esse fim dados do Censos 21 e do Pordata que devem permanecer na sua essência atuais.

Em termos demográficos, desde 1981, Tomar tem vindo a reduzir lentamente o número de habitantes passando de 45 672 para os 36 444 atuais. A distribuição dos residentes por grupos etários é a seguinte, dos 0 aos 14 anos -3 791, dos 15 aos 24 anos – 3 571, dos 25 aos 64 – 17 912 e com mais de 65 anos – 11 140. E a conclusão é simples temos um índice de dependência total (Relação entre a população jovem e idosa, e a população em idade ativa) de 61 bastante superior ao de Portugal que é de 56.

O valor do índice de envelhecimento em Tomar é 294 (o que significa a existência de 294 idosos por cada 100 jovens), o de Portugal é 182.

O saldo natural do município de Tomar entre os anos de 2011 e 2022 foi sempre negativo, uma vez que o número de óbitos se sobrepôs constantemente ao número de nados-vivos. Numa cidade onde não se pode nascer só nos resta morrer…

No ano de 2020, no município de Tomar, a taxa bruta de natalidade situou-se em 5.4‰ (por mil), o que significa que foram contabilizados 5.4 nascimentos por cada mil habitantes, a média do país é 8.2‰ (por mil).

No que concerne à taxa bruta de mortalidade no município de Tomar, em 2020, fixou-se em 15.5‰ (por mil), ou seja, contabilizaram-se 15.5 óbitos por cada mil habitantes, a média do país é 12‰ (por mil).

A taxa de crescimento natural no município de Tomar tem sido sempre negativa, fixando-se nos 1%, em 2020.

A distribuição da população ativa por setor de atividade no concelho de Tomar, indica uma clara concentração do emprego no sector terciário (74%), seguindo-se o sector secundário (23%) e, por fim, o sector primário (3%) em franca desvantagem.

No que concerne ao desemprego, os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional de janeiro de 2023 indicam que tínhamos 95 residentes à procura do primeiro emprego e 655 à procura de novo emprego. Deste total de 750 desempregados, 136 apresentam como nível de escolaridade o 1º ciclo ou inferior, 76 o 2º ciclo, 142 o 3º ciclo, 264 o secundário e 132 o ensino superior.

Os beneficiários do subsídio de desemprego correspondem a 2,2% da população residente e os beneficiários do rendimento social de inserção a 2%.

Os dados relativos aos agregados fiscais revelam que mais de três quartos das famílias apresentaram um rendimento anual inferior a 19 mil euros, num cenário em que 45% declarou um rendimento inferior a 10 mil euros.

É este O Tomar Presente e o presente não é bonito. Então o que fazer para inverter este estado do concelho? Para inverter, teremos de ser “inteligentes”.

A opção, urgente, terá de  passar pelo conceito de Smart City (Smart County alargado ao concelho) ou seja por criar uma cidade e um concelho inteligentes, em que é feito investimento em capital humano e social, incentivando a utilização de tecnologias avançadas, as denominadas “TIC” como elemento viabilizador para um crescimento económico sustentável, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida dos cidadãos residentes e flutuantes, e consequentemente, uma melhor gestão dos recursos naturais e energéticos.

Ou seja, temos de trabalhar de forma integrada com todos os cidadãos com o objetivo de melhorar os vários domínios da cidade e do concelho (segurança, saúde, limpeza, transportes, iluminação pública e mobilidade). Devemos assim recorrer à tecnologia e à inovação para melhorar a qualidade de vida dos nossos habitantes, e aumentar o valor económico gerado na comunidade promovendo simultaneamente a sustentabilidade ambiental. Teremos de optar por soluções que passam por:

– Utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC);

– Planeamento urbano eficiente;

– Mobilidade urbana e transportes públicos sustentáveis;

– Gestão inteligente dos resíduos sólidos;

– Melhoria da sustentabilidade ambiental;

– Preocupação com o ambiente social;

– Tecnologias aplicadas à educação e à saúde;

– Transparência entre município e cidadãos.

Esta opção permitirá uma maior capacidade para monitorizar e promover uma melhor interação com os nossos cidadãos, através da disponibilização de informação útil em tempo real através de tecnologias como os sensores nos postes de eletricidade para medir a qualidade do ar, a instalação de painéis solares em semáforos ou sinais de trânsito, medidores inteligentes de consumo de água e luz e o incentivo à utilização de veículos elétricos.

Se optarmos por esta solução em todo o concelho estaremos a satisfazer as nossas necessidades unindo o modelo urbano com a defesa do meio ambiente, a rentabilidade económica e a eficiência energética. E mais importante estaremos a unir o presente com o futuro e seremos um concelho de exceção, atrativo e em que dará gosto viver.

O Futuro começa Hoje!

Viva Tomar!

* Intervenção proferida pelo deputado municipal do BE, Paulo Mendes, nas comemorações oficiais do Dia de Tomar

 

 

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