Os moradores da Av. Dr. Egas Moniz continuam a tentar travar o abate das olaias. As pessoas estão triste e ansiosas com a situação, afirmam numa informação enviada à nossa redação. Ontem foram colocadas fitas para impedir o estacionamento no troço que vai ser intervencionado. O Edital da Câmara prevê o “condicionamento e proibição da circulação e o estacionamento de veículos, pelo período de 11 meses” na Av. Dr. Egas Moniz entre o entroncamento com a Rua dos Bacelos e o entroncamento com a Rua D. António Francisco Marques.
Ponto de situação:
- A requalificação da Rua Dr. José Tamagnini passou a abranger, para perplexidade dos moradores, a Av. Dr. Egas Moniz, estando previsto o abate de uma dezena de olaias. Estas árvores, com cerca de 50 anos, são parte integrante desta avenida, fazendo parte da sua identidade. Dão-nos sombra, contribuem para a biodiversidade urbana, sequestram CO2, aliviam o nosso stress, ajudam a diminuir a temperatura e a atenuar o efeito de ilha de calor, embelezam a avenida. Quando estão em flor e com o castelo como pano de fundo são um verdadeiro postal ilustrado da nossa cidade. À semelhança do que já fez noutras zonas da cidade, a Câmara, com estes abates está a descaracterizar esta avenida.
- Soube-se deste abate através do Tomar na Rede que publicou as peças desenhadas do projecto e, mais recentemente, a memória descritiva. A Câmara não só não publicou o projecto, como nem o divulgou publicamente nem informou os moradores. Foi tudo feito de forma pouco transparente e à revelia da Lei 59/2021, de 18 de Agosto.
- Criou-se uma petição que neste momento tem mais de 270 assinaturas: Petição para travar o abate de árvores na Av. Egas Moniz, em Tomar
- A Câmara não apresentou ainda a documentação que foi requerida, nomeadamente avaliação fitossanitária e/ou biomecânica que fundamente o abate das árvores. A Lei 59/2021 é clara quando diz que o abate deve ser evitado, excepto se esta avaliação o indique. A justificação dada pelo Sr. Presidente da Câmara em reunião pública de que as árvores estão em fim de vida nem sequer é contemplada na Lei como motivo de abate. Ou seja, a Câmara não está a cumprir a Lei.
- Além da ilegalidade destes abates, a possível ocorrência destes em plena Primavera, quando as aves estão a nidificar, demonstra o desrespeito pelo ambiente e pelo património natural da cidade. Se os abates ocorrerem no Verão, faltará sombra e sentir-se-á muito mais o efeito ilha de calor.
- Continuaremos a lutar para travar este abate e garantir o cumprimento da Lei neste e em futuros projectos na cidade de Tomar.
Catarina RVH Simões