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Enrique Balsera, considerado um dos peregrinos mais famosos do mundo e uma das mais emblemáticas personagens do Caminho de Santiago, está a caminho do Santuário de Fátima, no distrito de Santarém.
Para quem não conhece a sua história, Enrique Balsera é natural de Córdoba, Espanha, e tem uma história de vida dedicada ao desporto automóvel, como piloto da Lamborghini.
De piloto da Lamborghini a peregrino
Não fala à imprensa por não se achar merecedor de tal atenção, mas quer que a sua história chegue a todos quanto possível.
Recorda o grave acidente de automóvel que teve, seguido de uma queda, que o obrigou a uma cirurgia complexa e que, segundo o próprio, não o deixou paraplégico, como é regularmente mencionado nos media: “apenas fiquei sem caminhar um ano”, afirmou.
Relata que, assim que voltou a caminhar, comprometeu-se a ir a cinco locais sagrados, num período de dez anos.
Sempre acompanhado do seu burro “Espíritu Santo y Amén”, Enrique leva seis anos dedicados a percorrer vários caminhos de peregrinação, nomeadamente os caminhos de Santiago, os caminhos de Fátima e os caminhos que levam até aos santuários de Caravaca de la cruz y Santo Toribio de Liébana.
A caminho de Fátima, oriundo de Santiago de Compostela, Enrique Balsera tem como destino final Roma, em Itália, mas nas próximas semanas deverá ser visto por estradas do distrito de Santarém, nas proximidades de Fátima.
Há seis a caminhar, diz que está “em paz”, que não tem frio ou fome e que se tiver que pedir algo será apenas pão e água. Aos mais pequenos, conta que a sua cama “é o chão e o meu teto é o céu”. O seu conforto está na fé.
Apesar de ainda não saber o que irá fazer após a sua jornada, aos 57 anos, Ernesto Balsera diz que tornar-se num peregrino de Deus foi a melhor decisão que tomou.
Ainda assim, relembra que também é humano e que por isso só fala com a sua família quando chega ao destino para não cair na tentação de ir para junto deles.
Aquele que é hoje considerado o “peregrino mais famoso do mundo” terminará a sua jornada em Roma.
A promessa que fez na altura do acidente faz com que não possa pedir nada, pelo que depende do que lhe dão para comer e até mesmo de um sítio para pernoitar ou descansar.