A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULSMT) deu um passo decisivo rumo ao futuro da medicina ao adquirir um robot cirúrgico de última geração, num investimento de 2 milhões de euros. O equipamento, fornecido pela Medtronic Portugal, Lda., foi oficialmente contratado a 14 de outubro, através de concurso público e promete revolucionar as intervenções realizadas nos hospitais de Tomar, Torres Novas e Abrantes.
Trata-se de uma plataforma robótica de alta precisão concebida para procedimentos minimamente invasivos nas áreas de Urologia, Ginecologia e Cirurgia Geral. O sistema integra um robot cirúrgico com consola de controlo, quatro braços robóticos independentes, uma torre de visualização 3D e um simulador de treino, proporcionando um salto tecnológico sem precedentes na região.
Cada braço robótico atua com total independência e pode trocar instrumentos durante a cirurgia, garantindo versatilidade, estabilidade e máxima precisão. A estrutura suspensa permite uma movimentação fluida e uma instrumentação articulada de elevada complexidade, reduzindo o risco de erro humano e o impacto no corpo do doente.
Formação de excelência para uma nova era cirúrgica
O contrato inclui a formação especializada de quatro urologistas, seis cirurgiões gerais, dois ginecologistas e oito enfermeiros, assegurando que a equipa clínica domina todas as competências necessárias para operar o novo sistema e expandir a prática da cirurgia robótica na ULSMT.
O investimento é comparticipado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), integrando a estratégia nacional de modernização tecnológica do Serviço Nacional de Saúde.
Cirurgia robótica: precisão, segurança e recuperação rápida
Segundo o médico e professor Nuno Figueiredo, num artigo publicado no site do Hospital Lusíadas, a cirurgia robótica representa uma das maiores evoluções médicas das últimas décadas. Entre as principais vantagens desta tecnologia, o especialista destaca:
-
Precisão elevada – movimentos ultrafinos e estáveis permitem operar com maior acuidade e reduzir danos em tecidos saudáveis;
-
Recuperação mais rápida – incisões menores e menos invasividade traduzem-se em menos dor e alta hospitalar precoce;
-
Menor risco de complicações – menos infeções, menos hemorragias e melhor controlo durante o ato cirúrgico;
-
Visualização 3D ampliada – visão detalhada da área operada, mesmo em locais de difícil acesso;
-
Melhor ergonomia e menor fadiga para os cirurgiões, que operam confortavelmente através de uma consola de controlo, mantendo precisão e estabilidade ao longo de todo o procedimento.
Estudos internacionais confirmam: os doentes submetidos a cirurgia robótica apresentam melhores resultados clínicos e recuperação mais célere do que aqueles tratados por métodos tradicionais.
Com esta aquisição, a ULS do Médio Tejo coloca-se na vanguarda da inovação médica em Portugal, abrindo caminho a uma nova geração de cirurgias mais seguras, precisas e humanas.
Refira-se que a ULS do Médio Tejo integra os hospitais de Abrantes, Torres Novas e Abrantes.
