O Tribunal de Santarém teve «mão» pesada para o homem que violou e mutilou a companheira (cabeleireira de Tomar) condenando-o a 16 anos de prisão efetiva. A leitura do acórdão decorreu hoje no Tribunal de Santarém, ao arguido foram-lhe imputados o crime de violação agravada, violência doméstica (sobre a vítima e sobre a filha menor), ofensa à integridade física agravada, gravações ilícitas e detenção de arma proibida.
Segundo a presidente do coletivo de juízes, ficou provada a “crueldade” e a “frieza chocante” com que o motorista de pesados cometeu os crimes, sempre motivado por ciúmes possessivos e doentios.
Hélio Santos, ex-companheiro da cabeleira foi detido a 18 de março de 2024, depois de ter usado uma tesoura de poda para cortar o dedo indicador direito da cabeleireira, para que esta não pudesse trabalhar, arrancou-lhe os brincos das orelhas, e rapou-lhe o cabelo, as sobrancelhas e as pestanas com uma máquina, deixando o rosto desfigurado.
Na véspera da mutilação, por suspeitar de uma relação extraconjugal (por ciúmes doentios), levou-a para um local perto da A13, onde a agrediu a murro, pontapé, com pedras na cara, e forçou-a a ter relações sexuais, enquanto filmava o ato com o telemóvel e proferia ofensas à mulher.
O coletivo também concluiu que o homem sujeitou a mulher e a filha a um ambiente de grande violência doméstica durante anos, onde havia ameaças de morte com armas de fogo, agressões, ofensas verbais e coação psicológica.
Hélio Santos foi ainda condenado a pagar 75 mil euros à cabeleireira e 10 mil euros à filha, além do pagamento de todas as despesas hospitalares e consultas de acompanhamento psicológico das vítimas.
O facto de ter filmado o ato sexual brutal com o telemóvel foi decisivo para o tribunal condenar a 16 anos de prisão efetiva Hélio Santos.