Quem se lembra do amola-tesouras? Será que vai chover?

Provavelmente o que ganha, já não dá para viver, mas por onde passa é o centro das atenções.

0

Hoje, durante a manhã, um amola-tesouras (amolador) percorreu as ruas da cidade de Tomar, nomeadamente as artérias do centro histórico.

Alertados pelo som da gaita de beiços, que se ouvia ao longe, fomos ao seu encontro. Residente na zona do Entroncamento, veio esta manhã trabalhar para a zona de Tomar, naquele que é o seu ofício há 41 anos. Apesar de ser uma profissão que está a cair em desuso, ainda há quem vá ao seu encontro para afiar as tesouras que tanto podem ser da costura como da poda, segundo nos contou. O preço varia consoante a tesoura, mas anda na casa dos 3 euros por tesoura.

Quem se lembra do amola-tesouras? Será que vai chover?
O telemóvel é um novo adereço da profissão

Enquanto falávamos com um dos últimos amola-tesouras da região, o telemóvel toca e alguém do outro lado, uma senhora, pede que se desloque à Avenida Cândido Madureira porque precisava dos seus serviços. E pronto, com ar de grande satisfação lá vai ele em direção à avenida.

Quem se lembra do amola-tesouras? Será que vai chover?

Provavelmente o que ganha, já não dá para viver, mas por onde passa é o centro das atenções e muitos querem tirar fotos, depois de consultado por nós, com o devido pedido de autorização, nos permitiu fotografar.

Longe vão os tempos, em que esta era uma profissão que dava sustento. Curiosamente, também se associava à passagem do amola-tesouras um «sinal de água». Isto é, sempre que se ouvia o som da gaita-beiços daí a umas horas ou dias chovia. Assim era a superstição. Mas a verdade é que o céu, hoje, apresenta-se com muitas nuvens cinzentas e um ar soturno. Será que vai chover?

Sobre o amola-tesouras (ou amolador) podemos dizer que é a pessoa que trabalha a afiar tesouras, facas e outros objetos cortantes, alguns também consertavam chapéus de chuva. Antigamente, esta pessoa percorria vilas e aldeias, geralmente anunciavam a sua chegada com um som característico, como o de uma flauta de Pã ou gaita de beiços. Usavam uma pedra de amolar, muitas vezes acionada por um pedal ou sistema de correias. Atualmente, a profissão é menos comum devido à fácil substituição de objetos e à mecanização da afiação. 

Isabel Miliciano

Todas as quintas-feiras, receba uma seleção das nossas notícias no seu e-mail. Inscreva-se na nossa newsletter, é gratuita!
Pode cancelar a sua subscrição a qualquer momento

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.