Santarém: Transformar o centro histórico em “bairro comercial digital” vai custar perto de 1 milhão de euros

Projeto financiado na totalidade pelo PRR.

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O Município de Santarém vai avançar com uma transformação profunda no centro histórico, num investimento de cerca de 937 mil euros, totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O projeto, denominado “Bairros Comerciais Digitais”, promete mudar a forma como a cidade vive, compra e recebe visitantes, anunciou hoje a Câmara Municipal.

A autarquia garante que esta iniciativa marca um passo decisivo rumo à modernização urbana: Wi-Fi gratuito, montras digitais, cacifos inteligentes, marketplace para vendas online e ferramentas de realidade aumentada estão entre as soluções que vão começar a surgir no coração da cidade.

Além disso, Santarém prepara-se para dar um salto no caminho da cidade inteligente, com a instalação de papeleiras inteligentes, sensores ambientais e uma plataforma analítica capaz de monitorizar fluxos de pessoas, mobilidade e volume de negócio — dados que permitirão ajustar políticas e reforçar a competitividade do comércio local.

Primeira fase arranca como laboratório urbano

A intervenção começará numa zona delimitada do centro histórico, numa “fase-piloto” onde serão testadas novas tecnologias e metodologias para avaliar impactos na mobilidade, no comércio e na vivência urbana. A autarquia já assegurou que o plano será alargado “progressivamente a todo o concelho” após validação dos resultados.

O projeto envolve diretamente 101 comerciantes e estabelecimentos, o que demonstra, segundo a Câmara, que “não se trata de um piloto para meia dúzia de casos”, mas de uma aposta para “envolver de forma ampla o tecido económico local” e criar massa crítica para que as ferramentas digitais gerem impacto real.

Apoio próximo ao comércio

A Câmara assegura que os comerciantes não serão deixados “sozinhos” na transição digital: haverá formação, workshops, sessões práticas e materiais informativos para garantir que a tecnologia se traduz em valor acrescentado. “O objetivo não é apenas instalar tecnologia, mas garantir que ela é utilizada”, sublinha o município.

Dados, cultura e turismo: um ecossistema integrado

Para além do comércio, a estratégia inclui ações de promoção cultural, com o objetivo de criar sinergias entre economia, turismo e programação. A autarquia quer que o centro histórico “deixe de ser apenas um espaço de passagem” para se tornar um destino preferencial.

O controlo de afluências — que recolherá informações sobre número de visitantes, origem e tempo de permanência — será uma peça-chave para ajustar a estratégia e apoiar os comerciantes com dados concretos.

Implementação total prevista para 2026

O projeto deverá estar totalmente operacional no primeiro semestre de 2026. A Câmara é clara quanto à ambição: “Não queremos um projeto de vitrine, mas uma transformação efetiva da forma como o centro histórico funciona, se promove e se relaciona com quem vive, trabalha e visita Santarém.”

A iniciativa insere-se no programa nacional “Bairros Comerciais Digitais”, promovido pelo Governo através do PRR, que está a ser implementado em vários pontos do país com o objetivo de digitalizar o comércio tradicional e modernizar centros urbanos.

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