Quatro homens vão ser julgados por assaltos a ourivesarias em Fátima
No Tribunal de Santarém.
Quatro homens, com idades entre 20 e 59 anos, residentes na Margem Sul, vão ser julgados pela alegada autoria de dois assaltos a ourivesarias em Fátima. Três deles foram detidos após uma perseguição policial que levou ao encerramento do trânsito na Ponte 25 de Abril.
O Ministério Público (MP) acusa os arguidos de dois crimes de roubo agravado e um de detenção de arma proibida. Um dos suspeitos responde ainda por dois crimes de condução sem habilitação legal.
Segundo o despacho de acusação, a que a Lusa teve acesso, os quatro, dois deles irmãos, terão combinado apropriar-se de bens de elevado valor expostos em ourivesarias, recorrendo a armas de fogo e força física. Para concretizar o plano, alugaram um automóvel numa empresa localizada no aeroporto de Lisboa, em nome de um dos arguidos.
No dia 28 de agosto de 2024, três dos suspeitos viajaram até Fátima. Pelas 18h57, dois deles, vestidos de preto, encapuzados e munidos de um revólver e um martelo, entraram numa ourivesaria, enquanto o terceiro aguardava no carro. No interior, ameaçaram duas funcionárias com arma de fogo e levaram dinheiro e artigos avaliados em milhares de euros.
O MP relata ainda que, nos dias 14 e 17 de setembro, os arguidos regressaram a Fátima, passando de forma lenta junto a outras ourivesarias, aparentemente para observação.
O segundo assalto ocorreu na manhã de 18 de setembro, noutra ourivesaria da cidade. Com os rostos tapados por capuzes e bonés, os mesmos três suspeitos invadiram o local, onde estavam os proprietários e uma outra pessoa. Um deles apontou uma arma ao dono, enquanto outro empurrou a terceira pessoa, que caiu e bateu com a cabeça num pilar. Um dos assaltantes, com um martelo, partiu vitrinas e móveis, levando artigos avaliados em cerca de 16.500 euros.
Após a fuga, seguiram em direção a Lisboa pela Ponte 25 de Abril, onde a PSP e a Polícia Judiciária tinham montado um bloqueio. Ao avistar os agentes, um dos suspeitos tentou atirar um saco ao rio Tejo, mas este ficou preso numa grelha da ponte. No interior estavam luvas, um boné, um revólver com quatro munições e artigos roubados.
O condutor tentou escapar, mas colidiu com veículos parados, abandonando depois o carro. Sem conseguir abrir outras viaturas, os três foram detidos no local. No automóvel, as autoridades encontraram mais peças roubadas e o martelo utilizado no crime.
O MP pede ainda a perda, a favor do Estado, de quase 40 mil euros, valor correspondente às vantagens obtidas pelos arguidos. O julgamento, por tribunal coletivo, está marcado para 8 de setembro, às 9h30, no Tribunal Judicial de Santarém.