Ponte da Chamusca, a vergonha do distrito de Santarém

A vila esteve com filas intermináveis de carros e camiões, durante horas. 

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A conhecida ponte da Chamusca sobre o rio Tejo, que liga os concelhos da Chamusca à Golegã, causou ontem, e provavelmente causará em muitos dias da semana, dores de cabeça e nervos aos automibilistas que a tinham de atravessar. Ontem, e já em outras vezes, fui testemunha do elevado tráfego que circula nesta ponte. Entre as 17h30 e as 20 horas, as filas de carros e de camiões chegavam à conhecida estrada de campo da Chamusca. A vila esteve com filas intermináveis de carros e camiões, durante horas.

Foto: MR

As centenas de camiões de mercadorias de várias dimensões, que têm de se cruzar com outros semelhantes, torna lenta e perigosa a circulação, passam rente às antigas casas da Chamusca. Muitas delas estão devolutas e abandonadas. Pudera, quem quer ir para ali viver?

É inacreditável, que a Câmara Municipal da Chamusca, ao longo das últimas décadas nunca tenha construído uma via de cintura à vila, libertando-a desta carga de tráfego, e da poluição. Provavelmente será um projeto complexo, mas havendo tantos apoios comunitários e até meios judiciais, caso fosse necessário recorrer à expropriação de terrenos, não se compreende que esta situação se mantenha assim, há infindáveis anos.

A autarquia da Chamusca pode escusar-se, afirmando que a estrada é uma via nacional, mas não deveria largar a tutela até conseguir a obra. A Câmara Municipal da Chamusca que tem vindo a ser gerida pelo PS, teve no passado, certamente, a possibilidade de obter junto dos anteriores governos, à época, do PS, a obra tão desejada pelas populações e de quem a utiliza para trabalhar.

A mesma crítica é extensiva à Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo que integra os concelhos onde se localiza esta infraestrutura. As Comunidades Intermunicpais existem para gerir e tornar mais fáceis as candidaturas e a gestão dos projetos intermunicipais.

Pior que o excesso de tráfego, nervos, falta de qualidade de vida ambiental para a população da vila da Chamusca, é a falta de competividade.

Não quero ser injusta, sei que já houve algumas tomadas de posição para encontrar soluções, exigindo a construção de uma nova ponte. Também tem sido bandeira de algumas campanhas políticas, em altura de eleições, como foi mas últimas eleições legislativas, em que os lideres políticos das distritias de Santarém a incluiram nos seus programas eleitorais. Vamos acreditar que seja na atual legislatura.

Porque, pior que o excesso de tráfego, nervos, falta de qualidade de vida ambiental para a população da vila da Chamusca, é a falta de competividade, que a mesma provoca. Quais as empresas que desejam instalar-se nestas zonas, tendo à partida um grave problema com os acessos para o escoamento dos seus produtos?

Está explicado o decrépito aspecto de uma das vilas que faz parte do coração do Ribatejo.

Isabel Miliciano

 

 

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