Tomar e o Dia Nacional dos Centros Históricos

Hoje comemora-se o Dia Nacional dos Centros Históricos, dia 28 de março, na data do nascimento de Alexandre Herculano, seu patrono. O Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses foi formalmente criado em 28 de março de 1993, tendo sido rapidamente adotado pela maioria das autarquias portuguesas com centro histórico.

Tomar é uma das cidades que tem um dos centros históricos mais peculiares e impactantes da região do Médio Tejo. É a única cidade da região com património edificado classificado pela UNESCO, o Convento de Cristo, património da humanidade. A sua malha urbana, centro histórico, remonta a vários séculos atrás, desde da ocupação romana, depois árabe até aos dias de hoje, exemplos disso as ruínas romanas (Sellium) muito mais tarde os Estaus da época do Infante D. Henrique, na era dos Descobrimentos. Entre outros testemunhos históricos que lhe dão relevo, destacamos a Sinagoga de Tomar, a Igreja de Santa Maria dos Olivais e a Igreja de São João Baptista, «pérolas» do património tomarense.

Mas hoje, o Centro Histórico de Tomar deveria merecer maior atenção, por parte das entidades responsáveis, para a sua conservação. Ao longo dos anos foram elaborados planos de salvaguarda do centro histórico, que com o tempo foram caindo no esquecimento e, lentamente, deixaram de ser cumpridos.

Hoje, assiste-se a inúmeras fachadas carregadas de fios de toda a ordem, janelas e portas substituídas por alumínio e outros materiais, edificações com volumetria muito discutível, abandono de vários edifícios (alguns emblemáticos da sua própria história).

Mas refira-se que, nem tudo tem sido mau. Tem-se assistido à recuperação lenta de outros edifícios, que continuam a manter a identidade das várias artérias deste centro histórico, com as suas ruas paralelas e perpendiculares (desenhadas) em «comunhão» com o rio, que o torna único e de uma beleza ímpar.

Neste dia, Dia Nacional dos Centros Históricos, deixamos aqui vários aspectos negativos para que os mesmos sirvam de reflexão, e se passe à ação, em sua defesa e preservação.

Isabel Miliciano

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