A direção do Jornal O Templário tomou conhecimento que o Diretor do Jornal Cidade de Tomar, Dr. António Madureira, tem enviado cartas (mails) para alguns notários e imobiliárias, não sabendo qual o verdadeiro intuito, mas acreditando que pretende que os mesmos deixem de publicar extratos de escrituras de usucapião e comunicados de direito de preferência na venda de imóveis (que passou a ser corrente com a Lei da Proteção de Dados, uma vez que a AT e a CRP deixaram de dar dados sobre os proprietários das confrontações dos imóveis), no Jornal O Templário, semanário com sede em Tomar.
Com o propósito de conseguir convencer os que por Lei, estão obrigados às referidas publicações na imprensa local ou regional, enviou uma carta com o timbre da Ordem dos Notários, a qual apenas confirma que as ditas publicações devem ser publicadas NUM dos jornais mais lidos. O Dr. António Madureira sem qualquer, fundamento plausível, parte do princípio que o Jornal Cidade de Tomar é o mais lido, sendo O Templário menos lido.
Posto isto, o Dr. Madureira jurista como é, devia melhor que ninguém saber interpretar a Lei. “NUM DOS MAIS LIDOS, tenho a certeza, quer o Cidade de Tomar como O Templário são os mais lidos em Tomar. A Lei não diz o Mais Lido, até porque, nos dias de hoje, é muito difícil definir critérios para avaliar qual é o mais lido, sendo os jornais enviados pela internet para milhares de pessoas.
Portanto, cai por terra o argumento do Dr. António Madureira tentar convencer os notários e as imobiliárias a publicarem no seu jornal com recurso a uma carta da Ordem dos Notários, que apenas confirma o que a Lei determina. Aliás eles são conhecedores da Lei.
Já não é a primeira vez, que o Dr. António Madureira tenta com um golpe desta natureza, intentar contra a publicação destes anúncios n’ O Templário. Fê-lo há uns anos atrás, quando era assessor de um membro do governo e andou a enviar cartas aos notários com o mesmo propósito, quando nem o devia fazer porque se encontrava em regime de exclusividade no referido ministério. O caso foi na altura reportado pelo Jornal O Tal e Qual. E os pareceres que obtivemos, na altura, foram sempre os mesmos: NUM DOS MAIS LIDOS. Confesso que até já lhe tinha perdoado este desiderato.
Quanto a esta atitude, do Dr. Madureira, julgo que o faz por desespero, e não por canalhice, até porque acredito que seria incapaz de o fazer por canalhice, seria desonrar o nome da família tradicional tomarense a que pertence, de beneméritos e de grandes valores tradicionais, e como Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Tomar que é, acredito que tem um espírito solidário e de grande compaixão com todos os desprotegidos da vida, que não nasceram em berço de ouro ou em grandes famílias.
Acredito que o faz por desespero, pois a imprensa tradicional passa por momentos difíceis, aliás a que nenhum órgão de comunicação está impoluto. Contudo, sinto na pele as dificuldades que o Cidade de Tomar também sente, nunca usei métodos «canalhas» para matar a concorrência. Nunca questionei os valores dos contratos que o Cidade de Tomar faz com algumas entidades públicas. Nunca o faria, por uma questão de ética. Trabalhei oito anos no Cidade de Tomar, cumpri sempre com o meu dever, dei muita à casa, como o Dr. Madureira sabe, deixei colegas que ainda hoje estimo, e por imperativo ético, jamais usaria qualquer meio para prejudicar esta empresa.
Quando há cerca de dois anos, O Diretor do Cidade de Tomar caiu nas bocas do mundo devido a um processo judicial com uma funcionária, onde foi condenado por gestão danosa (cujo processo julgo que se encontra em fase de recurso), recusei-me a publicar n’ O Templário a notícia, apesar de muitos me pedirem para o fazer. Não o fiz por uma questão de respeito ao passado, ao Dr. Madureira, porque afinal somos do mesmo ofício e ninguém está livre de passar por momentos menos bons.
Atitude, infelizmente, que o Dr. Madureira não soube ter, quando há uns anos respondi em tribunal, num processo que me opunha à anterior administração d’ O Templário, lá estava o Dr. Madureira no banco da frente como testemunha de acusação, sem saber o que se tinha passado e como foi realizado o negócio da transição d’ O Templário.
Entendo que para o Dr. António Madureira era mais fácil «matar» a concorrência, com estes pequenos gestos. Mas está enganado Dr. Madureira, nos tempos que correm lembre-se sempre do poema que a atribuem a Bertolt Brecht:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Para terminar, desejo-lhe a melhor sorte para O Cidade de Tomar! E desde já lhe endereço o convite para participar na Festa do Centenário do título O Templário (a primeira vez que foi publicado) que se realizará a 13 de dezembro de 2025. Estou sentida, mas não sou rancorosa.
Isabel Miliciano
A Diretor do Jornal O Templário
Reprodução de extracto da missiva enviado por António Madureira
(…) Assim, tendo lido uma publicação no Jornal O TEMPLÁRIO (…) sobre COMUNICAÇÃO PARA EXERCÌCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA NA VENDA DE PRÉDIO permito-me anexar a posição da Ordem dos Notários sobre publicação de Extractos Notarias na imprensa Local, considerando que as vossas publicações se incluem nestas publicações.
Naturalmente, considerando o interesse jurídico e defesa dos interesses do particular naquelas publicações.
Atentamente, com os cumprimentos de
António Cândido Lopes Madureira
Reprodução do ofício da Ordem dos Notários, ondem confirma NUM DOS MAIS LIDOS