“Cravos para Salgueiro Maia” no dia 25 de Abril em Santarém
Cerimónia a realizar em Santarém para homenagear um dos heróis da Revolução de Abril de 1974.
A Câmara Municipal de Santarém e a Comissão das Comemorações Populares do 25 Abril de Santarém vão realizar uma cerimónia junto ao monumento Salgueiro Maia, no Jardim dos Cravos, na cidade, no dia 25 de abril, data em que se completam 51 anos da Revolução dos Cravos.
A cerimónia “Cravos para Salgueiro Maia” está marcada para as 11h00 e deverá contar com representantes de várias entidades oficiais e das forças vivas da cidade de Santarém.
O Capitão Salgueiro Maia foi um dos protagonistas da Revolução de Abril de 1974, em Portugal. Comandou a coluna militar que saiu de Santarém e ocupou o Terreiro do Paço, em Lisboa. A coluna militar cercou o Quartel do Carmo, onde Marcello Caetano se rendeu, forçando à queda do regime ditatorial.

No Jardim dos Cravos junto à entrada de Santarém pela Estrada Nacional 3 foi colocada uma estátua do militar cuja localização anterior constituiu durante muitos anos um local de homenagem aos “Capitães de Abril”.
Anteriormente, o monumento estava localizado junto a um veículo militar, no Largo Cândido dos Reis, mas as obras de requalificação do espaço em mandato anterior, obrigaram à sua remoção para um armazém da Câmara Municipal de Santarém.
Ali ficou algum tempo até que o executivo camarário decidiu colocar a estátua no mesmo sítio onde Salgueiro Maia foi recebido pela população de Santarém como herói popular da Revolução de 25 de Abril de 1974, quando regressava de Lisboa.
O jardim é composto de “manchas de cravos vermelhos que simbolizam o 25 de Abril”, misturados com flores brancas, simbolizando a bandeira da cidade. Além disso, foi colocado um “arco, em estrutura metálica, que tem inscrito Santarém Capital da Liberdade”.
Sobre Salgueiro Maia, nasceu em Castelo de Vide, distrito de Portalegre, viveu subsequentemente em Coruche e em Tomar. Quando tinha 16 anos a família instalou-se em Pombal, concluiu o ensino secundário no Liceu de Leiria.
Em 1964, entrou na Academia Militar, e depois colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém. Nesta instituição ascendeu a comandante de instrução e integrou uma companhia dos comandos na Guerra Colonial.
Depois da Revolução de Abril de 1974, licenciou-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa.
Em 1989, foi-lhe diagnosticada uma doença oncológica que, apesar das intervenções cirúrgicas, não conseguiu superar. Faleceu a 4 de abril de 1992 com 47 anos, foi sepultado na sua terra natal sem honrarias, conforme era seu desejo.
Fotos: Isabel Miliciano