Festa dos Tabuleiros gerou 17,5 milhões de receitas para economia de Tomar
É uma das conclusões do estudo de impacto económico realizado pelo Instituto Politéncico de Tomar.
A última edição da Festa dos Tabuleiros, em Tomar, teve um impacto económico direto de 17,5 milhões de euros, de acordo com o estudo Avaliação da Eficiência Coletiva da Festa dos Tabuleiros 2023, realizado pelo Instituto Politécnico de Tomar, a pedido do município, noticia o JN, na sua edição deste domingo.
As conclusões do documento foram apresentadas na passada sexta-feira, dia 23, no Complexo Cultural da Levada de Tomar, na sessão “Festa dos Tabuleiros: um caminho de reconhecimento e preservação”, onde foi lançado o livro da autoria de André Camponês sobre o processo de candidatura da Festa ao Inventário do Património Nacional. Este foi o primeiro passo para o processo avançar para uma candidatura a Património Imaterial da Humanidade, da UNESCO.
O estudo, a que o JN teve acesso, conclui que o valor médio da despesa por pessoa, que se deslocou a Tomar, em 2023, para assistir à Festa dos Tabuleiros, foi de 182,06 euros, montante ao qual foram descontados os custos da organização do evento. O impacto económico direto foi, assim, de 17,5 milhões de euros. “Por cada euro investido pela autarquia, obteve-se um retorno de 13,5 euros”, asseguram os autores do documento.
Se se considerarem os efeitos multiplicadores do aumento do volume de receitas, do acréscimo de consumo na economia local para a produção de bens e serviços, e do crescimento do rendimento familiar, a médio e a longo prazo, os investigadores acreditam que o impacto total na economia local poderá atingir 29,7 milhões de euros.
Comunidade valoriza tradição
Contudo, para o impacto na economia local poder crescer, os autores do estudo defendem que terão de ser promovidas outras ações entre cada edição do evento. Sugerem ainda a “criação de um Observatório da Festa dos Tabuleiros, complementado por um Barómetro da Festa dos Tabuleiros, com uma equipa dedicada, que permita integrar as diversas dinâmicas associadas a esta experiência singular”.
Em declarações ao JN, o economista Sérgio Nunes, docente e coordenador da equipa do Politécnico de Tomar, considera que o estudo, para o qual foram ouvidas 1.416 pessoas, legitima publicamente uma decisão política. “Muitas vezes, as câmaras gastam dinheiro num conjunto de coisas às quais a comunidade não reconhece valor. Neste caso, a comunidade atribui muita importância à Festa dos Tabuleiros, e até está disposta a pagar”, assegura.
“Até pode ser entendido como um fundo de emergência. Se houver um problema no futuro, a comunidade é capaz de assegurar os custos totais da festa. Há um nível muito elevado de coesão”.
Mulheres e solteiros dominam
A Avaliação da Eficiência Coletiva da Festa dos Tabuleiros 2023 também incide sobre os aspetos negativos do evento. “Cada pessoa fez, em média, 584 quilómetros entre a origem e o destino: Tomar. Isto é positivo, por um lado, porque mostra o raio de atração da festa, mas o reverso da medalha é que a mobilidade tem associado efeitos menos positivos para o ambiente, por se deslocarem em meios de transporte poluentes”, explica Sérgio Nunes. “As emissões médias totais são de 344 toneladas de dióxido de carbono por quilómetro”, revela.
A avaliação da eficiência coletiva da Festa dos Tabuleiros baseou-se nos critérios de consistência (modelos de inovação territorial), coerência (disponibilidade a abdicar/pagar) e eficácia (impactos económicos, sociais e ambientais).
Do total de inquiridos, 55,2% são do sexo feminino, 34,7% têm entre 18 e 29 anos, 45,8% são solteiros, 37,5% têm como habilitações académicas o ensino secundário, e 44,2% trabalham por conta de outrem.
Estas são as principais conclusões do referido estudo, que foi apresentado publicamente, na sessão atrás mencionada. Seguiu-se a apresentação do livro, pelo seu autor, André Camponês.
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