VN Barquinha vai apresentar uma réplica do Pelourinho da Atalaia

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A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e a Junta de Freguesia de Atalaia vão realizar uma cerimónia para a apresentação pública da réplica do Pelourinho Manuelino de Atalaia, no próximo dia 31 de maio com o seguinte programa:

  • 16h00 – Igreja Matriz de Atalaia
  • Comunicação «As Cartas de D. Dinis, D. Afonso IV e o Foral Manuelino de Atalaia: Construção de uma Identidade», por Adriano Milho Cordeiro.
  • Comunicação «Os Documentos históricos que possibilitam a reconstrução do Pelourinho da Atalaia», por Fernando Freire.
  • 17h00 – Igreja Matriz de Atalaia
  • Concerto – Quinteto de Solistas (Maestro Miguel Galhofo)17h30 – Rua D. João II
  • Apresentação pública da réplica do Pelourinho
A história da destruição do Pelourinho
Temos que recuar ao Portugal medieval, à sua organização política e social bem como à estrutura jurisdicional e ainda à fundação dos concelhos, para melhor compreender o papel do pelourinho na sociedade portuguesa. Esse monumento peculiar é resultado da concessão da carta de foral outorgada aos concelhos.
Um pelourinho é um padrão de glória! Sim, porque significa que a Atalaia foi Villa quando esta terra se viu livre das pretensões de outros lugares por foral de D. Dinis (1315) e de D. Manuel (1514). A construção dos pelourinhos verificava-se, nas nossas povoações, num lugar central, normalmente na praça principal e num espaço de fácil acesso ao público. Na Atalaia o pelourinho situava-se junto à actual sede da Junta de Freguesia.
Era o local onde os acusados eram amarrados e chicoteados perante a população. A aplicação da justiça medieval compreendia penas corporais e penas capitais (de morte), quer por instrumentos de metal quer por enforcamento. A morte podia ser efectuada no pelourinho ou na forca.
O Sr. João Caetano, de provecta idade, refere que o seu pai lhe falava de uma forca que existira na Atalaia e onde eram enforcados os criminosos, uma oliveira centenária. (Em breve iremos aprofundar este novel assunto). Também no local do pelourinho da Atalaia se passaram, certamente, a afixar alvarás, éditos e outros documentos.
Os motivos da destruição do Pelourinho da Atalaia são desconhecidos. Mas não andaremos longe da verdade se conjugarmos a sua destruição com a forte ligação dos povos da Atalaia à causa liberal. Consabido que os liberais viam os pelourinhos como símbolos de tirania, de opressão e de morte, fácil é de concluir que a o pelourinho foi apeado e desmontado por atalaienses ligados aos ideais liberais.
Não permitiu a revolução liberal que a Villa da Atalaia conservasse o seu pelourinho, o padrão das suas antigas glórias e de desonras. Quem entrar nesta Villa não verá mais que esta terra foi lugar de história e que é povoado de memórias… A não ser que haja vontade de o reconstruir a fim de ser levantado no seu lugar como padrão das suas antigas glórias.
Fernando Freire in https://atalaia-barquinha.blogspot.com
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