Exmo. Sr. Ministro das Infraestruturas de Portugal
Neste momento, estas palavras de pouco servirão, uma vez que temos um governo em suspenso, devido às eleições legislativas que se aproximam e, neste momento, poucas ou nenhumas decisões profundas vão ser tomadas para resolver problemas que, infelizmente, já se arrastam algum tempo. Portanto, não são problemas novos, velhas situações que o seu governo ainda não conseguiu resolver.
O problema que lhe quero falar, é o da situação dos comboios da linha do Norte que chegam ou partem do Entroncamento por volta das 7 horas da manhã com destino a Lisboa, que ao longo do trajeto vão enchendo de passageiros a ponto de ninguém se poder mexer, com um ambiente saturado e claustrofóbico de fazer perder os sentidos aos mais saudáveis viajantes. É ultrajante, é indigno num país Europeu e em pleno século XXI. Se foi para isto que criaram o passe verde, melhor que não o fizessem.
Nesta era em que os governos, por essa Europa fora, proclamam a descarbonização, e apelam para o uso dos transportes públicos, o que se passa com os comboios portugueses, nos ditos horários de ponta, que transportam passageiros para os seus locais de trabalho na periferia de Lisboa, é um insulto a quem trabalha, a quem paga impostos e um verdadeiro risco à saúde pública, dado a facilidade e a velocidade da propagação de vírus em ambientes fechados, saturados e onde não são permitidas janelas abertas.
Gostaria que alguém me explicasse, os entendidos na matéria, se é assim tão difícil aumentar o número de carruagens e/ou mesmo colocar um segundo comboio?
Para terminar esta missiva, que provavelmente o Sr. Ministro não vai ler, no próximo período da campanha eleitoral, os candidatos a lugares à Assembleia da República tenham a coragem e façam um dia de campanha nestes comboios. Talvez assim passem a conhecer o país real, o país de quem trabalha, de quem paga impostos e que tem de suportar, diariamente, esta vergonhosa situação.
Isabel Miliciano
