A região central de Portugal entre Rio Maior, Alcobaça, Porto de Mós, Batalha, Leiria, Ourém, Torres Novas e Alcanena, é ocupada, por serras calcárias, que constituem o maciço calcário estremenho. Dele fazem parte duas serras principais, a de Aire e dos Candeeiros, onde se situam as Grutas de Mira de Aire.
Esta região é caracterizada por não ser atravessada por nenhum rio, já que a água das chuvas se infiltra quase completamente nas fendas da rocha em vez de escorrer pelas vertentes e originarem rios.
Ao penetrar nas pequenas fissuras de rocha, a água alarga-as por dissolução e transforma-as em grandes corredores ou em poços naturais que, na região têm o nome de algares.
Foi num destes algares, existentes no sítio de Moinhos Velhos, pequeno por sinal, e aparentemente igual a tantos outros, que em 1947 alguns habitantes de Mira de Aire entraram.
As explorações iniciadas por espeleólogos da então Sociedade Científica para o estudo das Grutas levaram à descoberta das grutas com formações seculares de carbonato de cálcio suspenso dos tectos sob formas sólidas coniformes de vértice para baixo, as estalactites, ou formações que cresceram a partir do chão sendo conhecidas por estalagmites. Há ainda a união das referidas formações criando lindíssimas colunas de caprichosos efeitos.