Sertã: Padre Manuel Antunes homenageado na sua terra natal

Dia 3 de novembro

0 799
Widget dentro do artigo  
 
   
Advertisements
Advertisements

O Município da Sertã vai dedicar o dia 3 de novembro ao Padre Manuel Antunes, com uma série de atividades, designadamente a estreia nacional do documentário que retrata a vida e obra desta figura ímpar da academia e da cultura portuguesa, nascida na Sertã em 1918. Do programa fazem ainda parte a apresentação de vários livros, uma sessão de debate com alunos e a inauguração de uma exposição.

HPMA22x faceBiografia do Padre Manuel Antunes

Professor universitário, ensaísta, crítico literário e filósofo, Manuel Antunes tornou-se num dos mais brilhantes pensadores nacionais e numa figura de relevo da cultura portuguesa.

Filho de José Agostinho Antunes e de Maria de Jesus, nasceu na Sertã a 3 de novembro de 1918.

Aos 13 anos ingressou no Seminário Menor da Companhia de Jesus, em Guimarães, seguindo, em 1936, para o noviciado na Companhia de Jesus, em Alpendorada (Marco de Canaveses). Ali fez a sua primeira profissão religiosa, tendo depois completado os estudos humanísticos e frequentado o Instituto Superior Beato Miguel de Carvalho (hoje Faculdade de Filosofia de Braga).

Entretanto, matriculou-se na Faculdade de Teologia de Granada (Espanha), onde se formou em Teologia, tendo completado a sua formação religiosa em Namur (Bélgica).

No dia 15 de julho de 1949 recebeu a ordenação sacerdotal pelo bispo de Guadix, D. Rafael Alvarez de Lara.

Lecionou no Curso Superior de Letras da Companhia de Jesus e, em 1955, rumou a Lisboa para integrar a redação da revista Brotéria, onde já colaborava e que viria a dirigir anos mais tarde (1965-1982).

Em outubro de 1957 o escritor Vitorino Nemésio, na altura diretor da Faculdade de Letras de Lisboa, convidou-o para lecionar as cadeiras de História da Cultura Clássica e História da Civilização Romana naquela instituição. As suas aulas foram seguidas por milhares de estudantes, alguns dos quais nem sequer estavam matriculados nas cadeiras que ele ministrava.

A sua produção literária era invejável. Além de dirigir a revista Brotéria (onde utilizou 126 pseudónimos, a maioria dos quais com apelidos inspirados em lugares do concelho da Sertã), colaborou com outras publicações. Na obra publicada, encontramos uma vasta lista de títulos, de onde se destacam: «Do Espírito e do Tempo» (1960) e «Repensar Portugal» (1979).

Na fase de transição que se seguiu ao 25 de abril de 1974, foi convidado a integrar o Governo com a pasta da Educação, mas recusou.

Em 1981 recebeu o título de Doutor ‘Honoris Causa’ da Faculdade de Letras de Lisboa e, dois anos depois, nas comemorações do 10 de Junho, o Presidente da República Ramalho Eanes conferiu-lhe o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

Faleceu a 18 de janeiro de 1985 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. No seu funeral, marcaram presença algumas das principais individualidades políticas da época, como Mário Soares, Carlos Mota Pinto e Francisco de Sousa Tavares. A Assembleia da República, em sinal de homenagem, guardou um minuto de silêncio em sua memória.

Na Sertã, além de um monumento erigido em sua memória na zona da Carvalha e de a Biblioteca local ter o seu nome, existe ainda uma rua que lhe é dedicada.

Em 2018, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou-o, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

Fonte: CMS

Todas as quintas-feiras, receba uma seleção das nossas notícias no seu e-mail. Inscreva-se na nossa newsletter, é gratuita!
Pode cancelar a sua subscrição a qualquer momento

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.