Faz hoje 100 anos que nasceu em Tomar, José-Augusto França

1922-2022

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a01ea64a 9bb6 487c b1fe b0083ccf51d8 l“Nasci pelas duas e meia da tarde de um dia de meados de Novembro, no segundo andar do prédio de esquina da rua dos Estaus para a travessa  da Saboaria, com porta deste lado, no n.º 8. Era (e é) uma casa de princípios do século passado, então remodelada, de escada estreita, um lance só e íngreme entre cada piso, rótulas nas portas dos patamares, tectos de tábua pintada nas divisões, poial do pote na cozinha e alumiada a petróleo, ou velas, em palmatórias”.

José Augusto-França  – In Memórias para o Ano 2000

Celebra-se hoje o centenário de José-Augusto França, que nasceu em Tomar no dia 16 de novembro de 1922. Figura central da cultura portuguesa dos séculos XX e XXI, notabilizou-se especialmente na História da Arte, área em que foi precursor em Portugal. Nos anos noventa, ofereceu à sua cidade natal a maior parte da sua coleção de arte, com a qual foi criado o Núcleo de Arte Contemporânea (NAC).

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O Presidente da República Jorge Sampaio e José-Augusto França no dia da inauguração do Núcleo de Arte Contemporânea, a doação a Tomar do maior historiador de arte do século XX em Portugal (Mário Beja Santos – O Templário)

O Município de Tomar vai celebrar este centenário com o programa “É surreal!”, cujo título alude à sua ligação ao movimento surrealista, e que começa com a exibição, precisamente amanhã, dia 16, pelas 11 horas da manhã, no Cine-Teatro Paraíso, do documentário da RTP2 “José-Augusto França – Liberdade Cor de Homem”, de Ricardo Clara Couto e Nuno Costa Santos, o qual procura responder à questão: quem é o enigma José-Augusto França? O professor e escritor é a sua vasta obra, os cursos que criou e os discípulos que deixou. Mas também é a figura subversiva que fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa, um assumido admirador de Charles Chaplin e de Alexandre O´Neill, um habitante de Jarzé, em França, que manteve sempre uma relação de amor com Lisboa.

Na quinta-feira, dia 17, é a vez de o NAC abrir portas para visitas acompanhadas, às 11 e às 17 horas (marcações até dia 16, inclusive, para filomenasimas@cm-tomar.pt, condicionado a um máximo de 20 pessoas por visita).

Na sexta-feira, dia 18, novamente no NAC, entre as 14h30 e as 19 horas, é apresentada a peça audiovisual de Homem em Catarse e Francisco Pedro Oliveira, “O França”, que tem por base uma encomenda criativa feita pelo Município de Tomar no âmbito das comemorações do centenário. Afonso Dorido – enquanto Homem em Catarse – e Francisco Pedro Oliveira criaram assim esta obra original inspirada no seu espólio, mas sobretudo no imaginário do icónico historiador, colecionador e crítico de arte. A obra sonora do multi-instrumentista Afonso Dorido reflete sobre a visão artística e peculiar de José-Augusto França. A componente áudio junta-se a uma criação de Francisco Pedro Oliveira, artista multidisciplinar que apresenta uma peça no exterior do NAC: uma instalação audiovisual que propõe a pintura expandida, a procura e confronto com a simultânea condição unidirecional e hiperdimensional de um quadro. Esta peça ficará patente até 2 de dezembro.

Ainda no Núcleo de Arte Contemporânea, no sábado, dia 19, pelas 16 horas, decorrerá um dos momentos mais importantes destas comemorações, com o lançamento do segundo volume dos Cadernos Culturais Nabantinos, uma publicação imprescindível que reúne um vasto conjunto de testemunhos de figuras de relevo da cultura portuguesa sobre a vida e a obra do Professor França (como frequentemente é tratado nos textos), bem como sobre alguns dos temas sobre os quais recaiu a sua atenção.

Finalmente, no dia 2 de dezembro, sexta-feira, terá lugar o momento derradeiro do programa, com o concerto Homem em Catarse convida Francisco Oliveira, às 21h30, no Cine-Teatro Paraíso. Os concertos de Homem em Catarse revelam-se o espaço onde a sua música atinge o limite da intensidade, simultaneamente demonstrando a sua versatilidade à guitarra e mais recentemente ao piano, como será nesta noite de apresentação integral de sete fontes. Será a estreia ao vivo da já referida peça audiovisual criada especificamente para o centenário.

Francisco Pedro Oliveira assumiu também a produção do último disco de Homem em Catarse e trouxe-lhe uma dimensão visual. Com base em manipulações videográficas e de técnicas de modelação 3D, desafia a perceção dos lugares de sete fontes. As imagens que acompanham este concerto oferecem sobretudo um eco aos olhos e aumentam a experiência de escuta. Este será o único momento do programa com entradas pagas, no valor de três euros.

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