Demografia, emprego e barragem hidroagrícola do Carril dominaram o discurso da CDU, no Dia de Tomar

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Bruno Graça, Deputado Municipal

No dia 1 de Março de cada ano, os tomarenses comemoram a data em que se iniciou a construção do Castelo de Tomar, símbolo maior da fundação da Cidade e do Concelho. Segundo os historiadores tal terá ocorrido no ano de 1160. Completam-se hoje, 864 anos.

Lembrar que também há poucos dias se assinalou que, por Carta Régia de D. Maria II de 13 de Fevereiro de 1844, a então Villa de Thomar foi elevada à categoria de Cidade. Há 180 anos.

Tomar tem pois, inequivocamente, uma História secular e muito rica.
Uma História que se entrelaça e confunde, em largos períodos, com a própria História de Portugal. Uma História que naturalmente não é, nem poderia ser, de tão extensa, preenchida unicamente por períodos áureos.

Hoje é um dia de festa para Tomar e esta Assembleia Municipal Extraordinária foi convocada com um único objetivo: Assinalar os 864 anos do início da construção do nosso Castelo que permitiu atrair e fixar população, criar condições para o crescimento e desenvolvimento de Tomar.
Não é, portanto este, um momento adequado para esgrimir alternativas políticas, para discussões sobre quais as melhores opções para combater e ultrapassar as nossas actuais fragilidades estruturais, para nos batermos pelos caminhos que julgamos mais adequados para construir o nosso futuro coletivo. Queremos e esperamos, porque é uma urgência, que haja tempo e espaço, noutros momentos, para que tal aconteça.

Mas há uma verdade que não podemos ignorar e que parece justo termos presente mesmo quando estamos num dia de comemoração, num dia de aniversário, como é o caso. É que todos os aniversários, sejam eles de um simples cidadão, de uma empresa, de uma instituição ou mesmo de uma singela decisão, são indissociáveis das circunstâncias em que ocorrem.Naturalmente que também a comemoração de hoje não consegue fugir ao contexto em que é celebrada e esse contexto é caracterizado por um cenário muito complexo e perigoso a nível internacional, pela realização das eleições legislativas antecipadas de 10 de março, sendo que a nível local esse contexto se caracteriza por um conjunto de circunstâncias objetivas que tornam menos efusiva a efeméride que hoje comemoramos.

A CDU apresenta três circunstâncias objetivas penalizadoras, que bem caracterizam o atual estado do nosso território, fáceis de reconhecer:
1- A profunda crise demográfica que corrói o Concelho bem evidenciada pela continua e acelerada perda de população residente e, tanto ou mais grave, o seu envelhecimento com um índice que não pode deixar de nos preocupar. Somos o Concelho do Médio Tejo em que se registou um maior aumento do rácio entre a população com idade de 65 ou mais anos e a população jovem com menos de 14 anos;

2- O reconhecimento do desmantelamento do sector produtivo industrial instalado no Concelho, que até aos anos 80 do século passado se assumia como mola real para a criação de riqueza, para o emprego, atractividade e fixação de população. Num à parte, releve-se o sábio aproveitamento que os nossos antepassados fizeram das águas do Nabão, agora na ordem do dia pelas piores razões, quando o sector industrial teve engenho para tirar delas a energia necessária para produzir emprego e riqueza; e,

3- A degradação da produção no sector agrícola, florestal e pecuário também eles em acentuado declínio hoje muito longe do que seria desejável e possível. Bastará observarmos o peso que os produtores agrícolas do Concelho e a sua produção assumem atualmente na dinâmica do nosso Mercado Municipal ou o que se passa com a infraestrutura hidroagricola do Carril em que os agricultores e regantes não sabem, se e quando, terão água disponível para as suas culturas.

Poder-se-á dizer que qualquer das circunstâncias enunciadas são também observáveis em grande parte do território nacional. E isso é verdade. Como é verdade que “este estado de coisas” é o resultado de décadas de políticas regionais e nacionais que, também elas, assentaram na sistemática destruição do aparelho produtivo nacional, na destruição dos Serviços Públicos essenciais para garantir a desejável e justa qualidade de vida a que todos têm direito, abrindo as portas à desertificação do interior do País, ao abandono das terras.
Como referi no início destas palavras hoje é um dia festivo para Tomar.

Assinalemos pois, com o regozijo possível, mas plenos de confiança, mais um aniversário do dia 1 de Março de 1160.
Como já referimos não nos faltará tempo para, se o quisermos, criarmos espaços de debate, suficientemente amplos e sem reservas mentais, para face aos problemas deste tempo encontrarmos as soluções adequados para ultrapassar os problemas de Tomar.
Viva Tomar!

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