Ourém, tão perto e tão distante!

Por: Alexandre Horta

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Em 2008 o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) lançou a iniciativa PME Líder, “com o objetivo de distinguir empresas com perfis de desempenho superiores, conferindo-lhes notoriedade e criando-lhes condições otimizadas de financiamento”.

A seleção das PME Excelência é feita anualmente, a partir do universo das PME Líder, e distingue as empresas, que nos vários setores de atividade apresentaram os melhores resultados económico-financeiros e de gestão.

A nível nacional, em 2022, foram distinguidas 10239 empresas com PME Líder e 3922 como PME Excelência. No distrito de Santarém foram distinguidas, respetivamente, 422 e 151 empresas.

Pode-se afirmar que, relativamente ao total do país e tendo em conta a percentagem da população do distrito (4%), Santarém está equilibrado porque as empresas distinguidas com aqueles estatutos representam também cerca de 4% do total nacional.

Quando falamos do nosso concelho, Tomar, o caso muda de figura. Então se compararmos com o vizinho concelho de Ourém, o desequilíbrio torna-se mais evidente.

Tendo por base a população dos dois concelhos, em que Ourém tem cerca de 10% da população do distrito e Tomar 9%, o concelho vizinho tem 108 empresas PME Líder, representando 26% do total do distrito e o nosso tem 26, representando somente 6%. Já nas empresas PME Excelência Ourém tem 46 (30% do distrito) Tomar tem 10 (representando 7%).

Mesmo quem não queira estabelecer uma correlação entre estes números e o total de empresas em cada território, pode levantar algumas questões e retirar algumas conclusões, após esta análise.

Como é que concelhos que partilham a mesma base territorial, com níveis de população semelhantes, com empresários igualmente capazes e com as mesmas oportunidades de acesso a financiamento, têm tão grande discrepância na composição do tecido empresarial?

Julgo que a resposta é, sem dúvida, o dinamismo, ambição e competência das respetivas autarquias na captação de investimento.

Ourém definiu como grande prioridade o apoio às empresas e ao empreendedorismo “promovendo a competitividade e a internacionalização da economia local, além de potenciar recursos e competências para impulsionar a criação de emprego”.

O site do município disponibiliza uma série de “ferramentas” de apoio ao investidor. Na secção relacionada com o investimento podem-se encontrar: Centro de Empresas de Ourém, Apoio às Empresas, Startup Ourém e Espaço Empresa.

Por seu turno, Tomar apresenta festas, eventos e gestão corrente como prioridades. Quem abrir o site do município apercebe-se imediatamente dessa situação.

Ainda no site, o Gabinete de Apoio ao Investidor – TomarInveste, é apresentado como “trunfo” para o desenvolvimento económico. Inclui uma série de ideias vagas como “transformar o concelho num espaço territorial dinâmico, competitivo e solidário”. Além desse, apresenta ainda o Espaço Cowork e a plataforma T-Invest, onde famílias e empresas, ao nível do país, podem “Decidir onde viver, trabalhar ou investir “.

Infelizmente para Tomar, esta abordagem do executivo socialista, ao longo de dez anos, levou aos números dececionantes atrás apresentados. Resultando numa perda de protagonismo no Médio Tejo e numa perda de 10% da população entre 2011 e 2021.

A inexistência de uma incubadora de empresas, a inoperância na dinamização do Parque Empresarial de Tomar, das zonas industriais de Vale do Ovos e do Alto do Pintado, são alguns exemplos que ajudam a compreender a supremacia do concelho de Ourém.

Alexandre Horta

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