Faltam 31 médicos de família para 24% da população do Médio Tejo

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O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo tem atualmente 24% da população sem médico de família atribuído, cerca de 55 mil utentes, com as aposentações a agravarem um défice que é hoje de 31 profissionais.

“Neste momento, temos 55 mil utentes sem médicos de família, o que corresponde a 24% dos utentes inscritos e frequentadores”, disse hoje a diretora executiva do ACES Médio Tejo, Diana Leiria, adiantando que estão em falta 31 profissionais para servir a região.

Essa falta de profissionais, acrescentou, gera um “impacto enorme” na população e tem sido agravada nos últimos dois anos por um défice entre a entrada de médicos e as saídas por aposentação.

Segundo contabilizou a responsável, no ano passado houve “22 médicos a sair e apenas nove entradas por concursos” e este ano, “até ao dia 01 de abril, já saíram 13 médicos e apenas entraram dois”, sendo “muito difícil fazer face a este défice”.

Diana Leiria falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Gabinete de Saúde Oral da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Abrantes (Santarém), no Centro de Saúde de Alferrarede, e às instalações da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC), onde foram realizadas obras de remodelação do espaço interior para a criação de gabinetes para a saúde pública.

No município de Abrantes, o problema da falta de médicos afeta cerca de oito mil pessoas.

“Para os oito mil utentes sem médico de família em Abrantes nós temos quatro médicos a trabalhar connosco, três prestadores de serviços e uma médica aposentada que aceitou fazer contrato connosco, ainda que a tempo parcial”, afirmou Diana Leiria.

Esses médicos permitem “manter uma série de extensões abertas” e assegurar “consulta de recurso para todos os utentes sem médico, de manhã e à tarde”, até que se consiga reforçar o quadro clínico, salientou.

A solução de recurso aplicada em Abrantes é extensível aos 11 municípios abrangidos pelo ACES Médio Tejo.

Ainda de acordo com a diretora executiva do ACES Médio Tejo, há a previsão de mais aposentações até ao final do ano.

“Houve aqui um ‘boom’ nos anos 80 de colocação de médicos, que neste momento estão-se todos a aposentar, e nós aqui no ACES Médio Tejo sofremos muito com isso”, disse, salientando que o ACES “tem vindo a tentar minimizar sempre que possível este impacto e a falta de médicos, recorrendo um bocadinho, também, à prestação de serviços, e também recorrendo à oferta de contratos a todos os médicos que se aposentam”.

Com cerca de 55 mil utentes atualmente sem médico de família, nos primeiros meses deste ano a situação agudizou-se no ACES do Médio Tejo devido à aposentação de 13 profissionais, sendo que, com 31 médicos atualmente em falta, a perspetiva é que o número irá aumentar.

Segundo uma fonte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), este ano 25 médicos “atingiram ou irão atingir a idade da aposentação” no ACES do Médio Tejo.

“Estamos disponíveis para encontrar as melhores estratégias com o Ministério da Saúde e com o ACES Médio Tejo para minimizar o problema e para ajudar a procurar as soluções para captar médicos, enfermeiros e técnicos de saúde para que possam desenvolver a sua atividade profissional em Abrantes”, disse Manuel Jorge Valamatos (PS).

O ACES Médio Tejo tem 2.706 quilómetros quadrados e abrange 11 municípios com cerca de 225 mil utentes/frequentadores, sendo composto pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, todos no distrito de Santarém.

Lusa

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